Mercado do café ainda não repercutiu informações de atraso nas chuvas para próxima safra
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Mercado do café ainda não repercutiu informações de atraso nas chuvas para próxima safra
O mercado do café ainda absorveu as informações de atrasos na chuvas para a próxima safra no Brasil. Para que o cafeicultor fique bem informado, a Cooperativa Cooxupé está promovendo, I Fórum do Café e Clima, que tem como objetivo levar as informações sobre o clima para a safra 2020.
Segundo o Presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, a finalidade do evento é de levar um conhecimento técnico a todo o público em que envolve o café. “Nós entendemos que estamos finalizando a safra 2019 e as vésperas do início da próxima safra 2020. Por conta disso, nós resolvemos promover esse fórum e trouxemos palestrantes renomados para esclarecer sobre os impactos do clima ao setor”, afirma.
Os efeitos climáticos sobre a cultura do café podem ser observados com as floradas antecipadas, no início de agosto, em função das poucas chuvas. “Os próprios palestrantes estão nos dizendo que estamos enfrentando um problema climático com a redução das chuvas para os próximos meses que pode comprometer a safra do café”, comenta.
Apesar das preocupações com as condições climáticas, o mercado está sendo balizado através de fundos financeiros. “Essa é a nossa realidade e precisamos levar essas informações ao mercado para não perder o mercado de café. Não podemos vender o produto com esses patamares abaixo dos R$ 400,00/sc e estamos buscando outras medidas”, ressalta.
Cooxupé receberá menos café que o esperado em 2019, diz presidente
SÃO PAULO (Reuters) - A Cooxupé, maior cooperativa de produtores de café do mundo, receberá este ano cerca de 500 mil sacas de 60 kg a menos do que o inicialmente esperado, devido a uma safra menor e com qualidade inferior ao projetado anteriormente, disse nesta terça-feira o presidente da instituição, Carlos Augusto Rodrigues de Melo.
A afirmação foi feita após a realização, nesta terça-feira, de um fórum com especialistas do setor em Guaxupé, no Sul de Minas Gerais, que debateram na sede da cooperativa como as condições climáticas têm afetado a cultura na principal região produtora do Brasil, maior exportador global da commodity.
"Entendemos que, se a cooperativa não vai receber (o que ela projetava) é porque tem queda (na produção), ficou muito claro neste dia de debates sobre o clima, os palestrantes foram muito enfáticos sobre o problema climático", declarou ele à Reuters.
A expectativa inicial da Cooxupé era um recebimento de 5,732 milhões de sacas de 60 kg, sendo 4,25 milhões de cooperados e 1,48 milhão de terceiros.
"Estamos chegando à conclusão de que esses números não passam de 3,9 (milhões) a 4 milhões de cooperados e mais 1,2 milhão de terceiros... Isso cai para 5,2 milhões", acrescentou ele.
No ano passado, entre cooperados e terceiros, a Cooxupé recebeu um volume recorde de 6,45 milhões de sacas, sendo quase 5 milhões de cooperados. A temporada de 2018 foi a de alta no ciclo produtivo bianual do café arábica, variedade dominante da cooperativa, que atua no Cerrado Mineiro e parte de São Paulo, além do Sul de Minas.
PRÓXIMA SAFRA
"Esta safra que está findando, vamos ter algumas perdas de quantidade, e também a de 2020, que nem se iniciou, infelizmente. As nossas lavouras já estão dando as primeiras floradas...", disse ele, ressaltando que os cooperados já viram duas florações: uma menor, em julho, e outra recentemente.
"Dependendo do clima, a florada não está em momento adequado, não pega, se é pouca chuva, isso é prejudicial à florada", acrescentou, explicando que as flores precisam de chuvas mais volumosas para vingar.
Dessa forma, ainda que seja muito cedo para afirmar, ele não acredita que a safra do próximo ano, a de alta do ciclo bianual do café arábica, será maior que a registrada em 2018.
Segundo especialistas que debateram o tema a convite da Cooxupé, o clima tem apresentado variações, o que gera reflexos nos cafezais por causa de chuvas irregulares, altas temperaturas, geadas e floradas irregulares.