Crise de preço do café é cruel e pode causar um grave problema mundial

Publicado em 20/02/2019 15:20
"Famílias pobres estão sendo esmagadas", diz Hernando Duque, da Federación Nacional de Cafeteros de Colômbia.
Hernando Duque - Gerente Técnico Federación Nacional de Cafeteros de Colômbia

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Crise de preço do café é cruel e pode causar um grave problema mundial

 

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Durante a FEMAGRI 2019, que está sendo realizada em Guaxupé (MG), o Notícias Agrícolas conversou com Hernando Duque, gerente técnico da Federação Nacional de Cafeicultores da Colômbia (Federación Nacional de Cafeteros de Colombia).

Duque destaca que os cafeicultores, a nível mundial, estão enfrentando preços muito baixos, um problema que já dura cerca de dois a três anos. Essa crise foi causada pelo excesso de produção e pelo excesso de oferta.

Assim, ele acredita que, há muito tempo, a esperança das pessoas envolvidas no setor está comprometida. Contudo, ele visualiza que a Colômbia possui espaço para melhorar a sua produtividade

Para resolver o problema de oferta e demanda, ele acredita que todas as partes da cadeia, desde o consumidor até o produtor, devem se unir e discutir essas questões. Para ele, o próximo Fórum Mundial de Produtores de Café, que será realizado em julho em Campinas (SP), poderá ser bastante importante para isso.

Ele ressalta que a maioria dos cafeicultores na Colômbia são pequenos produtores e que eles enfrentam problemas parecidos com os dos brasileiros, inclusive nas questões sanitárias. A questão do custo de produção, que muitas vezes não é coberto pelo preço pago no produto, também se reflete no país.

Duque visualiza, entretanto, que o cafeicultor brasileiro é bastante aberto à inovação tecnológica. Para ele, isso deve ser um norte para qualquer produtor: conhecer muito bem sua produção e entender bem da administração de sua fazenda.

Preço e especulações sobre safra 2019/20 de café limitam negócios no Brasil, diz Cepea

SÃO PAULO (Reuters) - Os fracos preços do café e as especulações quanto à safra 2019/20 do Brasil têm limitado o ritmo de negócios envolvendo o grão no mercado brasileiro, avaliou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, nesta terça-feira.

"Apesar do retorno das chuvas em boa parte das regiões produtoras, muitos agentes ainda não descartam impactos negativos sobre a produção, fundamentados no clima quente e seco de janeiro. Nesse cenário, muitos cafeicultores devem aguardar as confirmações quanto a possíveis quebras de safra para, então, comercializar volumes significativos", comentou o Cepea.

Segundo levantamento do Cepea, enquanto em janeiro cerca de 60 a 80 por cento da safra 2018/19 de café arábica havia sido vendida, em fevereiro (até o dia 15), o percentual passou a ser de 60 a 85 por cento, "ou seja, com pouca evolução no período".

Para o café robusta do Espírito Santo, agentes não observaram mudança no volume vendido, que permanece entre 70 e 80 por cento da safra.

"Caso os preços se mantenham nos atuais patamares, a expectativa de agentes consultados pelo Cepea é de que a liquidez siga baixa, pelo menos até a aproximação da colheita da safra 2019/20, quando produtores precisarão “fazer caixa” para realização dos trabalhos de campo", afirmou o centro da Esalq.

Os preços do café na Bolsa ICE, referência global, estão sendo negociados em torno de 1 dólar por libra-peso, um pouco acima do valor registrado em setembro do ano passado, de cerca de 95 centavos de dólar por libra-peso, quando atingiram os menores patamares em mais de uma década, sob pressão de uma safra recorde no Brasil.

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Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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