Café encerra o ano de 2018 com fortes quedas externas e preços abaixo dos custos de produção em algumas praças

Publicado em 19/12/2018 10:11
Divulgações da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) apontam produção recorde na safra brasileira 2018/19. O órgão americano aponta excedente na oferta global. Esses dados derrubaram os preços nos últimos dias, mas mercado está refletindo pouco a próxima temporada, com bienalidade negativa e baixos estoques.
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As referências para o café vão encerrar o ano de 2018 com fortes quedas no mercado externo com cotações abaixo dos custos de produção em determinadas localidades. Os dados divulgados pelo USDA apontaram uma oferta global excedente e que derrubou os preços da cultura nos últimos dias.

Segundo o presidente do Conselho Nacional de Café (CNC), Silas Brasileiro, a tendência do mercado no final de ano é estar mais arrefecido. “Os grandes compradores estão entrando em período de férias e já abasteceram o mercado. Nós sabemos que existe um estoque mundial que é suficiente para abastecer esse período”, comenta.

Outro fator que está deixando o mercado mais calmo é o a oferta de café neste ano ser superior em função de uma safra abundante que ocorre nos principais países produtores. “É uma quebra de braço em que nos produtores mostramos uma realidade e do outro lado os compradores e consumidores querendo mostrar a realidade deles. Com isso, acaba de refletindo em um desequilíbrio entre a oferta e demanda”, afirma.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção global de café excederá a demanda em 10,9 milhões de sacas de 60 quilos em 2018/19. Já a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) também apontou que um aumento de 13% no Mato Grosso após investimentos nas lavouras e a produção ficou próxima de 104,2 mil sacas.

Leia mais em: 

>> Oferta global de café superará demanda em 10,9 mi sacas em 2018/19, diz USDA

>> Produção de café aumenta 13,9% em MT após investimentos em lavouras, segundo Conab

“Nós sentimos que tem efetivamente essa diferença de 10 milhões de sacas de café sendo ofertado no mercado. Em relação à safra do Brasil, se considerar as exportações 35 milhões de saca e um consumo interno de 22 milhões de saca sabem que o diferencial que vai passar é muito baixo já que super safra está em torno de 62 milhões de saca”, aponta.

No entanto, é preciso levar em consideração que a safra do próximo ano será menor devido à bienalidade negativa das lavouras de café. “Nós não teremos excedentes no Brasil, inclusive, vamos trabalhar com o mercado muito apertado. Por tanto, os produtores rurais precisam ter uma avaliação de não concentrar a oferta de café no mercado e ir negociando gradativamente”, diz.

A liderança salienta que o Brasil realiza uma produção sustentável diferente de outros países, mas que ainda precisamos ser reconhecidos. “Nós esperamos com o próximo governo investir na promoção do café brasileiro que vai fazer uma grande diferença. Para continuarmos produzindo, nós temos que ser reconhecidos e temos que ter valor correspondente para cobrir os nossos custos e ter uma renda”, pontua.

Por: Jhonatas Simião e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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