Grandes reservatórios se tornam garantia para irrigação no Cerrado

Publicado em 02/02/2018 15:30
Desafio é aumentar a disponibilidade de água entre os meses de agosto e novembro, o que é essencial para a cultura do café. Irrigação pode evitar perdas ao longo da floração nos cafezais. Alguns produtores da região já utilizam os reservatórios. Alternativa tem um custo de R$ 5 por m³.

O produtor Leocarlos Mundim, de Monte Carmelo (MG), conversou com o Notícias Agrícolas nesta sexta-feira (02) sobre a alternativa que os produtores rurais do Cerrado Mineiro estão adotando para evitar o problema da seca e impulsionar a irrigação: a construção de imensos reservatórios de água para serem utilizados nos períodos mais críticos.

Mundim, que utiliza a alternativa há dois anos, aponta que o desafio é aumentar a disponibilidade de água entre agosto e novembro, o que é essencial para a cultura que ele produz, o café: nesta época, deve-se tomar cuidado para não ter perdas grandes durante a florada. Chove muito pouco no Cerrado durante o período citado pelo produtor. Desta forma, ele considera que o reservatório e a irrigação são uma espécie de "seguro".

Vários produtores já fazem uso dos reservatórios. Contudo, é preciso obter também a autorização para realizar a captação de água para utilizar nesses reservatórios. Antigamente, utilizava-se barramentos, mas este formato interferia na mata ciliar. A outorga pelo uso dos reservatórios também pode ser coletiva, como a que Mundim realiza com seus familiares.

A solução tem um custo de R$ 5 por m³, resultando em um valor aproximado de 1 milhão de reaispor reservatório, considerando também a utilização de alambramento e do uso de geomembrana para impermeabilização. Para a cultura do café, Mundim acredita que o valor é viável economicamente. Cada "piscinão" toma 4 hectares de área plantada, tem profundidade de 12 metros e comporta 215 milhões de litros -- suficientes para garantir a florada nas épocas secas.

Por: João Batista Olivi e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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