Para atender demandas interna e externa nos próximos anos, produção de café no Brasil precisa manter média de 60 milhões/sacas

Publicado em 14/11/2017 17:18
Preço baixo do café e, consequentemente, a menor renda, acabam limitando investimentos e comprometendo oferta futura
Confira a entrevista com Eduardo Carvalhaes - Escritório Carvalhaes

Mesmo com uma participação menor do Brasil no mercado internacional, as cotações do café não apresentam reação na Bolsa de Nova York (ICE Futures Group). Como destaca Eduardo Carvalhaes, do Escritório Carvalhaes, o mercado físico olha as questões a curto prazo, enquanto os produtores, que estão operando, focam nos problemas a longo prazo. Assim, os produtores brasileiros ficam "aflitos", com problemas e variáveis grandes, enquanto Nova York não reflete a realidade observada.

A valorização do dólar frente ao real também reflete neste mercado: quando a moeda americana se valoriza, Nova York "derruba" a bolsa, já que é a moeda brasileira que interessa ao cafeicultor local.

O Brasil exportou 37 milhões de toneladas em 2015, mas, para chegar neste número, esgotou seus estoques. Grande parte do que sobrou está nas mãos dos produtores. Os embarques deste ano foram melhores em outubro em relação a setembro e a tendência é que os números de novembro e dezembro ajudem a bater a meta de 30 a 31 milhões de toneladas exportadas.

Ele lembra que a exportação em 2015 só foi recorde por conta de uma queda da produção na Colômbia, que só agora vem se recuperando. O Brasil, por sua vez, tende a melhorar desde que o cafeicultor seja bem remunerado por isso. Carvalhaes acrescenta, ainda, que alguns países tendem a aumentar a demanda por café em função de um aumento de consumo impulsionado pelos jovens, principalmente aqueles países que já possuem a tradição de consumir bebidas por infusão.

Do lado da produção, a seca refletiu sobre a produção de café brasileira, fator que será observado nos meses de janeiro e fevereiro, quando os frutos começam a crescer. A ideia de uma safra recorde está abandonada, mas ainda é difícil saber uma estimativa para um número final de produção.

"O negócio do café nunca foi tão bem. O que está ruim é o preço", avalia o analista. Para ele, o ideal seria que o Brasil atingisse uma média anual de produção de 60 milhões de toneladas, com um preço médio de R$450 a saca para os cafés finos, que ainda são a menor fatia de produção.

Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Cafés do Brasil ganham as pistas do Autódromo de Interlagos e se destacam na F1
Café no varejo: vendas aumentaram 1.1% de janeiro a setembro em comparação com o mesmo período de 2023
Preços do café seguem em volatilidade e apresentam altas no início da tarde desta 6ª feira (22)
Valor bruto dos Cafés do Brasil produzidos na Região Sudeste totaliza R$ 62,24 bilhões no ano-cafeeiro de 2024
Segundo dia da Semana Internacional do Café destaca práticas sustentáveis na cadeia cafeeira
Mercado cafeeiro inicia 6ª feira (22) em queda com realização de lucros
undefined