Café: Terraceamento otimiza produtividade e contribui para preservação do solo

Publicado em 23/03/2016 09:00
Técnica, que teve origem há mais de mil anos na China, impede desperdício de terra e mantém a matéria orgânica dos campos. Veja a reportagem de João Batista Olivi, direto de Guaxupé, no Sul de Minas Gerais.

A prática de terraceamento da lavoura, para combater a erosão causada pelo escoamento da água da chuva e facilitar a entrada de máquinas nos cafezais, é uma das alternativas para viabilizar a cafeicultura de montanha na região Sul de Minas Gerais.

A técnica baseia-se na criação de terraços através do parcelamento de rampas niveladas. Quando bem planeado e bem construído, reduz as perdas de solo e água pela erosão e previne a formação de sulcos e grotas. Esses tipos de lavouras são comuns em regiões do sul e sudeste da Ásia, na China e no Japão, e utilizados principalmente na produção de arroz.

De acordo com o técnico agropecuário, Denilson Figueiredo, "o terraceamento na China é mais complexo pois precisa ser inundado para ter o cultivo do arroz", explica. Na cafeicultura, não há a necessidade da inundação e a técnica se mostra bastante eficaz para garantir uma boa produtividade.

Localizadas em grandes altitudes e altas declividades, as plantações de café no Estado sofrem com a dificuldade da mecanização e os altos custos de produção, principalmente com mão de obra, que são maiores do que em outras regiões mais planas.

Para minimizar esses impasses, a prática tem crescido nessas regiões de maior declive como alternativa para aumentar a competitividade da cafeicultura e reduzir os custos com a colheita manual.

"Essa é uma técnica também de preservação de solo, porque aumentamos a infiltração de água no solo ajudando no desenvolvimento das plantas e no perfil de solo", destaca Figueiredo.

Os pés de café ficam no barranco, entre uma rua e outra, e as operações são realizadas dos dois lados dos pés de café. O desaterro é realizado com tratores de esteira, que à medida que remove a terra de uma rua, deslocam esse material para a outra, garantindo uma o aproveitamento do solo.

"Além disso, concentramos a matéria organiza da superfície justamente na faixa de adubação que já vinha sendo utilizada. Ou seja, a perda de raízes quase não existe", pondera o técnico.

A implantação do terraceamento é indicada nos períodos de poda das lavouras: recepa ou esqueletamento, para garantir maior facilidade nos trabalhos com o solo.

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Por: João Batista Olivi e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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