Em Piumhi (MG), falta de chuvas e altas temperaturas preocupam os cafeicultores
Mais uma vez, a ausência de chuvas e as altas temperaturas preocupam os cafeicultores do estado de Minas Gerais e nesta temporada os produtores poderão amargar o 3º ano consecutivo de perda na safra. Na região de Piumhi, as precipitações não aparecem há mais de 40 dias e os termômetros chegaram a marcar até 38º C nesta terça-feira (20). Por enquanto, as previsões climáticas indicam chuvas para esse final de semana.
O cafeicultor da região, José Maria Rocha, explica que, os cafezais que foram esqueletados sentem mais os efeitos do clima adverso e já mostram sinais de que poderão abortar ou queimar os chumbinhos, que estão em fase de expansão. A primeira florada ocorreu em meados do mês de setembro após uma chuva de 100 até 120 mm.
“Já as plantas mais enfolhadas a expectativa é da ocorrência da segunda florada. A gema ainda não formou os botões florais, então, se tivermos a confirmação das chuvas poderemos ter uma florada nesse final de mês. Porém, com as altas temperaturas já sentimos que teremos uma perda na safra do ano que vem”, explica Rocha.
Além disso, as chuvas poderiam amenizar as condições dos cafezais, em especial os que ainda apresentam uma condição melhor. “Estamos em uma situação precária e esperamos que ainda tenhamos uma safra boa para continuarmos a sobreviver na atividade, mas ao que tudo indica a situação irá ficar ainda mais difícil. Teremos um ano complicado para resolver os problemas financeiros e regularizar as nossas contas”, enfatiza o cafeicultor.
Por outro lado, os custos de produção estão mais altos nesta safra devido à recente valorização do câmbio. “Quando tínhamos uma alta no dólar, ficávamos esperando que o preço do café acompanhasse, porém, a situação ficou complicada. As cotações estão estabilizadas em torno dos R$ 500,00 a saca, mas os adubos estão elevados. É um cenário delicado, não temos como cuidar bem das lavouras, se o preço não reagir, a cultura do café se tornará inviável”, acredita Rocha.
Ainda na região, muitos produtores ainda estão entregando o CPR – Cédula de Produto Rural -, que é um título negociável no mercado a termo. No mercado local, a saca do grão de boa qualidade é cotada entre R$ 490,00 a R$ 500,00. “Grande parte dos produtores está apertado, nunca tivemos tantas ações no fórum por conta do não pagamento nos bancos”, finaliza o cafeicultor.