Em Três Pontas (MG), colheita do café segue atrasada e produtores utilizam mais medidas para fazer uma saca de café beneficiado
Publicado em 24/07/2015 11:18
Na região de Três Pontas (MG), colheita do café segue atrasada. Grãos estão miúdos e produtores utilizam mais medidas para fazer uma saca de café beneficiado. Quebra na produção deve ficar acima dos 30% estimados inicialmente. Saca do café tipo 6, bebida dura é negociada a R$ 430,00. Já os custos de produção giram em torno de R$ 470,00.
Em Três Pontas (MG), a colheita do café segue atrasada devido à ausência da chuva no período da florada e maturação da planta. Portanto, o grão no momento da colheita ainda está verde. A região este ano registrou no mês de julho 250 mil sacas de café arábica colhido, porém, no mesmo período do ano passado este número era quase o dobro.
Segundo Gilvan Mendonça Mesquita, presidente do sindicato rural do município, a perspectiva dessa safra é de quebra na produção em torno de 30%.
“O café está miúdo devido à falta de chuva na granação. Gastávamos 8 medidas de 60 litros para fazer uma saca de café beneficiado, mas hoje estamos gastando 10 medidas para produzir a mesma saca”.
Diante desse cenário preocupante, o presidente ainda afirma que já são dois anos consecutivos de quebra na safra e, o produtor caminha descontente. “Além disso, existe a preocupação com as chuvas na colheita, uma vez que a previsão era de bastante água. Até o momento não vimos chuvas, mas para o próximo final de semana a previsão pode se confirmar”, explica.
Já os preços da saca do café, também seguem abaixo do esperado pelos cafeicultores e sem reações no mercado.
“A saca do café tipo 6 – considerado um café de melhor qualidade – poucos produtores trabalham com esse nível e, está sendo negociada a R$ 430,00. Já para o café tipo 4 – considerado mediano – a saca gira em torno de R$ 395,00 a R$ 400,00. O agravante é que o cafeicultor está trabalhando no vermelho, uma vez que o custo de produção gira em trono de R$ 470,00 por saca”, desabafa o presidente.
Da mesma forma, segundo ele, a comercialização segue sem muito avanço. “Alguns produtores tem condições de vender a este preço a saca do café e, portanto, estão em negociação, porém, outros estão aguardando uma reação nos preços para melhores vendas”, explica.
Com isso, a orientação do presidente é para que os produtores da região aguardem o mercado reagir e estoquem o café para uma comercialização mais justa. “O mercado uma hora vai sentir essa quebra e acredito que os preços vão aumentar, mesmo que pouco,” finaliza.
Por: Fernanda Custódio//Nandra Bites