Na região de Vargem Alta (ES), chuvas derrubam os cafés maduros das plantas
Os produtores rurais iniciaram a colheita do grão arábica na região de Vargem Alta (ES). Nesse momento, a preocupação é com as chuvas que está derrubando os grãos maduros e deve afetar a qualidade dos cafés. Devido ao clima irregular, os grãos estão desuniformes e a quebra na produção deve ficar acima do projetado inicialmente.
O cafeicultor do município, Amarildo José Sartori, explica que, a perspectiva inicial era de uma quebra ao redor de 18% no estado, entre as variedades de arábica e conilon, conforme dados do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural). Para o arábica, a projeção era de perda de 3,9% em relação à produção do ano anterior.
“O que percebemos é uma desuniformidade nos grãos, temos café passa, café verde, café maduro, o que acaba acentuando a quebra. Falo isso, pois precisaremos de mais medidas para fazer uma saca de café beneficiado. Outro fator preponderante é a maturação desigual dos grãos, o que irá tornar a colheita muito mais difícil”, afirma o cafeicultor.
Preços x Custos de produção
Já os preços da saca do bebida rio estão ao redor de R$ 290,00 a R$ 305,00 na localidade. O café de melhor qualidade é cotado entre R$ 390,00 a R$ 400,00. Entretanto, com a alta do dólar, todos os insumos utilizados para a fertilização estão mais altos.
“Custos de produção elevados associado a esse valor depreciado e mão-de-obra cara, irá fazer com que o produtor empate, ou fique no prejuízo nesta safra”, diz Sartori.
Safra conilon
Para o café conilon, a projeção também é de quebra acima do esperado. Com a colheita mais adiantada, alguns produtores já relatam perdas de até 50% na produção, mesmo em lavouras irrigadas. As altas temperaturas e o déficit hídrico foram os principais fatores que resultaram na perda.
Preocupações dos produtores
Por outro lado, outro fator que tem deixado os produtores apreensivos na região é o pedido de recuperação judicial por parte de um armazém. “O estabelecimento acabou fechando as portas e entraram com pedido de recuperação judicial, porém, essa situação irá prejudicar a sustentabilidade da maioria dos produtores rurais que terão dificuldades em cumprir as suas obrigações com os bancos”, ressalta o cafeicultor.