Na região de Três Pontas (MG), chuvas não foram suficientes e a expectativa é de quebra na produção
As chuvas foram insuficientes para os cafezais na região de Três Pontas (MG) e a expectativa é de nova quebra na safra 2015, ao redor de 40%. No ano anterior, a produção da localidade também registrou uma perda de 30% em função da estiagem e das altas temperaturas.
O presidente do sindicato rural da cidade, Gilvan Mendonça Mesquita, explica que as precipitações atrasaram em dois momentos importantes para a cultura, a florada e a granação. “As chuvas vieram após a florada, o que melhorou o aspecto das plantas para a próxima safra. Este ano já temos uma perda consolidada”, afirma.
Em anos com clima favorável, a produção de café na região chega a 500 mil e 600 mil sacas do grão. Porém, nesta safra, o volume colhido deve ficar próximo de 350 mil sacas de café, em decorrência das condições climáticas adversas.
Paralelamente, o preço da saca de café, de melhor bebida, está em R$ 450,00. No entanto, o presidente sinaliza que nem sempre o produtor consegue uma qualidade boa dos grãos em toda a safra. “Temos cafés com cotações entre R$ 390 a R$ 400,00 e custos de R$ 400,00 a R$ 420,00 por saca. Somente nesta segunda-feira, o preço recuou R$ 15,00 na localidade. Estamos trabalhando abaixo dos custos de produção. E se não tivermos uma medida para o setor, infelizmente os cafeicultores não conseguirão sobreviver na atividade”, ressalta Mesquita.
Além disso, nesse momento, são poucos os produtores que têm o produto para negociar, apenas os cafeicultores que tem outra renda, conforme diz o presidente. A situação acaba refletindo na economia das cidades, já que boa parte depende da atividade. “Na última semana tivemos uma audiência pública para debater a questão. A federação de agricultura juntamente com os deputados irá ao Governo do Estado mostrar a real situação do setor. Esperamos conseguir com as autoridades a renegociação das dívidas dos cafeicultores”, finaliza o presidente.