Café: Semana foi de recuperação para as cotações em NY e novo patamar de resistência é de US$ 1,45 para o contrato julho/15
O mercado do café na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) teve uma semana de recuperação nos preços e vem trabalhando na região de suporte de 135 cents/lb (julho/15) e com resistência de 145 cents/lb e 150 cents/lb.
A recente queda na cotação dólar - de -5,5% em abril - contribuiu para elevação dos preços que saíram da casa dos 135 cents/lb, testando a máxima de 142 cents/lb na quinta-feira (16).
Segundo João Santaella, analista de mercado, outro fator que influencia na recuperação dos preços é a incerteza quanto à produção da safra brasileira, principalmente do café conilon no Espírito Santo, onde "tivemos uma seca muito forte", explica.
Além disso, a Green Coffee Association (GCA) divulgou o relatório mensal dos estoques de café verde (em grão) dos Estados Unidos, nesta quinta-feira (16). O levantamento apontou que os estoques reduziram 156.448 sacas em fevereiro.
Esses dados também colaboraram com a pressão nos preços que ocorreu na sessão de quinta-feira na Bolsa de NY. E de acordo com Santaella, pelo menos no curto prazo, a tendência dos preços será positiva, dependendo apenas de romper a barreira dos 150 cents/lb para buscar novas altas.
Ainda, na próxima semana será divulgado o relatório do clima, que pode confirmar a presença de um El Niño. Caso essa informação se confirme "podemos ter chuva que vão atrasar a colheita e consequentemente pressionar os preços", declara Santaella.
No mercado interno, "o produtor ainda espera uma melhora de preço, pelo menos acima dos R$ 500,00, para vender". Segundo Santaella, a comercialização do café fino nesse patamar de preço dependerá dos custos de produção para se tornar rentável.
"Na região do cerrado, o custo de produção tem mantido em R$ 270,00 a R$ 280,00 por hectare, então um café a R$ 500,00 está excelente para o produtor", considera o analista.
Diante desse cenário, Santaella afirma que os produtores estão aguardando novos direcionamentos do dólar, que estabilizando acima dos R$ 3,10 a R$ 3,14 "deve haverá uma procura maior pelas vendas futuras", e as comercializações podem acontecer acima dos R$ 500,00 para o café de maior qualidade.