Café: Mercado inicia semana em alta e sinaliza movimento de recuperação, assimilando números indicando uma quebra na safra brasileira

O mercado internacional do café iniciou a semana trabalhando em alta na Bolsa de Nova York sinalizando uma tentativa de recuperação. Um dos fatores de estímulo para os preços foi a divulgação dos números do Procafé, reportados na sexta-feira (13), que indicaram uma quebra de 5% a 11% na safra brasileira de 2015. 
 

Na manhã desta segunda-feira (16) o vencimento maio/15 tinha US$ 1,33 cents/lb, recuperando o patamar de U$ 1,30 perdido na semana passada.
 

Segundo João Santaella, analista de mercado, "nos fundos de investimento da última sexta-feira (13), houve aumento de 2 mil lotes nas posições vendidas, sendo assim o mercado aproveita para recompor um pouco das posições negativas, fazendo com que os preços subam", explica. 
 

Santaella lembra também que o banco Citigroup anunciou na última semana que até o final do ano o mercado deve alcançar o U$ 1,65 por libra/peso, e até 2016 chegar os U$ 1,80 libra/peso, refletindo essa tendência de tentativa de recuperação do mercado internacional do café.
 

Segundo um relatório da consultoria  Safras & Mercados, foram comercializados 83% da safra brasileira 2014/2015, ou seja, cerca de 40 milhões de sacas, correspondente a uma safra de 48,9 milhões, de acordo com os últimos números da Conab. Em relação à média dos últimos cinco anos - próximo de 81% - não há muita mudança. 
 

Com isso, o que se observa é que, mesmo os patamares de preço estando abaixo do ideal, o produtor tem necessidade de comercialização para sanar seus compromissos financeiros. E no mercado interno, as cotações também já sentem as baixas de forma mais acentuada. Na região  Sul de Minas, o preço do café fino está em torno de R$ 481,00 por saca, e uma bebida um pouco mais fraca em R$ 450,00 no mercado físico. 
 

Para ele, no mercado interno a alta do dólar ajudar na cotação do café fino, e pressiona os preços no café mais fraco. Dessa forma, o produtor tem segurado o produto de melhor qualidade na expectativa de melhores preços, e vendido seu outro produto com valores entre R$ 450,00 a R$ 470,00 a saca.
 

Santaella afirma que essa semana deve ser um período de correção técnica e os preços poderiam alcançar os US$ 1,35 cents/lb, "para depois tentar romper um patamar muito forte de U$ 1,40 cents/lb a U$ 1,45 cents/lb", conclui.