Soja perde forte em Chicago nesta 2ª feira em horizonte sem novidades, com foco na safra dos EUA

Publicado em 29/07/2024 09:52 e atualizado em 29/07/2024 10:48
Mercado inicia semana dando sequência às perdas no mercado internacional. Vendas lentas nos EUA também favorecem movimento de queda, que ainda pode se estender e fazer preços testarem patamares ainda mais baixos, acredita analista.
Eduardo Vanin

Os futuros da soja perdem mais de 2% na manhã desta segunda-feira (29) na Bolsa de Chicago, dando sequência às perdas da última sessão. Perto de 9h50 (horário de Brasília), os futuros da oleaginosa perdiam entre 20,25 e 30,75 pontos, com o agosto valendo US$ 10,46 e o novembro, US$ 10,27 por bushel. Os preços do farelo e do óleo na CBOT também recuam neste início de semana. E como explicou Eduardo Vanin, analista da Agrinvest Commodities, "o que não está acontecendo" é o fator de pressão principal para as cotações neste momento. 

"O clima americano segue bem razoável. Há uma onda de calor, mas no Meio-Oeste não vai esquentar muito. O clima está bem dividido, das Planícies até o Canadá, mais quente e seco, e o Meio-Oeste, vai ficar mais fresco e tem chuvas. Enfim, a produção vai ser grande, vamos entrando em agosto sem nada de muito diferente e o que não acontece são as vendas. Ou seja, nada mudou e os EUA continuam com bastante dificuldade, já que não está descontando os basis nos portos americanos para tentar atrair demanda, tirar espaço do Brasil, e a coisa não anda", detalha.

Na análise de Vanin, o mercado está, de fato, buscando seu fundo do poço, porém, ainda busca saber qual será o tamanho real do programa norte-americano de exportação, com os preços podendo testar preços ainda mais baixos do que os observados agora. Para 2025, segundo ele, "o produtor precisa estrar protegido, especialmente com Chicago, que é a perna fraca, comprando puts. Mas, para 2026, ainda mais, porque o Brasil vindo com uma grande safra, teremos um programa de exportação enorme, deixando um espaço muito pequenos para os EUA". 

SOBRE OS PRÊMIOS

Para uma continuidade das altas dos prêmios no mercado brasileiro, explica o analista, será preciso monitorar as margens de esmagamento na China, bem como sobre o comportamento dos preços do farelo na nação asiática. "O farelo na China está baixo e quando subiu Chicago e subiram os prêmios na semana passada, a margem na China 'azedou' de setembro a novembro e também para a safra nova. O mercadou ficou bem vazio. Então, estamos na dependência da margem do chinês e de sua estratégia de compra". 

Neste início de semana já é possível registrar uma certa melhora nesta margem, o que poderia trazê-los de volta às vendas, promovendo uma sustentação dos prêmios. 

Por: Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte: Notícias Agrícolas

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