Fertilizantes x Soja: Preços do KCl são atrativos, enquanto fosfatados tem mais de 20% de alta; atenção às relações de troca
As negociações com os fertilizantes já chegam a 62% para a safra brasileira 2024/25 de soja, segundo informa o analista de fertilziantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza. Há um ano, este número era de 59%. "Estamos adiantados em relação ao ano passado, porém, ainda abaixo da média de cinco anos, e na média deveríamos estar 10 pontos percentuais acima", diz. E que esse avanço maior do que na tempora anterior se deve, ainda segundo o especialista, aos atrativos preços do cloreto de potássio.
As relações de troca entre a soja e o KCl ainda são bastante favoráveis ao produtor em praticamente todas as regiões do Brasil. E não só para a soja, mas para todas as culturas que o empregam passam por um momento semelhante, e o Brasil nunca recebeu tanto deste produto como agora, tendo origens mais diversificadas de importação, o que garantiu a entrada de 13,5 milhões de toneladas no ano passado do potássico no Brasil, fazendo a oferta ser maior do que a demanda agora.
"Os preços estão estáveis há nove semanas mesmo com uma demanda aquecida. A demanda esteve ativa nos meses de fevereiro e março, mesmo assim não se impulsionou com muita força os preços do KCl, foi apenas um aumento contido. A oferta está fazendo o papel dela hoje", afirma Souza. Assim, hoje a relação de troca - base Mato Grosso, eixo da BR-163, à vista - está em 19,5-20 sacas para um tonelada de cloreto, contra a média de 23,5-24 sacas.
O quadro entre os fosfatados, todavia, é completamente o oposto. Os preços estão 23,5% mais altos do que há um ano, diante de uma oferta mais restrita, com importações menores na casa de 20% entre janeiro e maio se comparadas ao mesmos cinco meses de 2023. E apesar de os preços do MAP, por exemplo, estarem inalterados desde setembro do ano passado, mantêm-se inalterados em patamares bastante elevados, mesmo com um recuo observado no mercado internacional.
E ainda no caso do MAP, a relação de troca com a soja agora está na casa de 31 sacas por tonelada do fertilizante, contra a média de 29 sacas. "E esta média até melhorou porque a soja se valorizou nos últimos 15 dias. No começo do mês de maio, essa relação estava na casa de 33 sacas, o que significa quatro sacas acima da média, em Mato Grosso, à vista. E isso não incentiva o produtor a comprar o fertilizante, por isso que essa compra de fosfatados no Brasil está atrasada em relação ao mesmo período do ano passado", explica o analista.