Números de 2022 dão indicações de como o mercado do boi deve se comportar ao longo de 2023. Exportações e abates de fêmeas são destaques

Publicado em 04/01/2023 13:33 e atualizado em 04/01/2023 15:54
O fim do La Niña pode garantir um ativo importante para o pecuarista, o maior tempo de pastagem em produção
Guilherme Jank - Analista de Mercado da Datagro

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Números de 2022 dão indicações de como o mercado do boi deve se comportar ao longo de 2023. Exportações e abates de fêmeas são destaques

O desempenho do mercado pecuário no ano de 2022 pode indicar como será o cenário neste ano, mas em que o destaque deve ser às exportações de carne bovina e abates de fêmeas. De acordo com o Analista de Mercado da Datagro, Guilherme Jank, o fim do La Niña pode contribuir para que o pecuarista faça mais uso das pastagens para a engorda dos animais. 

“A pastagem como um todo deve ser um ativo muito importante neste ano, pois o pecuarista vai conseguir gerenciar a oferta de animais e vai reduzir os custos de produção”, destacou em entrevista ao Notícias Agrícolas.  

Segundo o levantamento do indicador da Datagro, a representatividade no abate de fêmeas foi na ordem de 38,5% no ano de 2022 e isso representa um aumento de 4,4 pontos percentuais frente aos dados de 2021. “Existe uma chance de que vamos ter um novo aumento no volume de fêmeas abatidas neste ano, mas precisamos acompanhar como será essa divisão entre o mercado interno e externo em termos de demanda”, apontou. 

Ao longo do ano de 2022, os preços da arroba bovina tiveram quedas e os custos de produção seguiram elevados, o que resultou em uma rentabilidade menor para o pecuarista. “É importante ressaltar que apesar das queda nos preços no último ano, os valores ainda permaneceram superiores ao ano de 2021, de acordo com o levantamento da Datagro”, comentou ao Notícias Agrícolas. 

Com relação aos embarques de carne bovina, o resultado preliminar aponta que o volume exportado deve ficar em 2 milhões de toneladas em 2022. “Essa é uma marca muito importante para o Brasil, em que estamos nos consolidando como o maior exportador de carne bovina”, ressaltou. 

O analista ainda fez um levantamento de que o volume exportado deve ter um crescimento de 27,6%, frente aos dados de 2021. Já no comparativo de faturamento, a expectativa é que fique em 11,8 bilhões de dólares e pode ter um incremento de 48,2%, frente aos resultados de 2021. 

“O maior comprador do produto brasileiro no último ano foi a China, como já é fato para todos. Até o mês de novembro, a potência asiática foi responsável por comprar 62% do total embarcado pelo o Brasil. Esse dado reflete como somos dependentes das compras dos chineses, mas de forma análoga também mostra como a China depende de nós”, disse Jank. 

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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