Boi: primeiro ano da história que a arroba não sobe em um segundo semestre de ano eleitoral, afirma Agrifatto

Publicado em 11/10/2022 12:19 e atualizado em 11/10/2022 17:43
Apesar da redução das margens, pecuaristas devem encarar o atual momento como oportunidade para recompor o rebanho e planejar o futuro
Lygia Pimentel - CEO da Agrifatto

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Boi : primeiro ano da história que a arroba não sobe em um segundo semestre de ano eleitoral, afirma Agrifatto

Os preços da arroba bovina não estão registrando valorização como geralmente acontece no segundo semestre de um ano eleitoral. Esse cenário no mercado pecuário se deve ao aumento da oferta de animais confinados nesta entressafra, na qual ainda deve se manter  e impactar nas referências da arroba no curto prazo.

De acordo com a CEO da Agrifatto, Lygia Pimentel, esse aumento da oferta de animais se deve ao recorde na retenção de fêmeas no mesmo período do ano passado. “Nos anos de 2020 e 2021 tiveram um percentual de fêmeas abatidos muito baixo e acabou gerando mais bezerros no mercado. O volume de animais abatidos em agosto foi 8% maior que no mesmo período do ano anterior”, ressaltou. 

Com relação ao último trimestre do ano, a expectativa para o mercado do boi  é que os preços não registrem valorização. “Estamos praticamente na metade de outubro e a alta não veio, porém de acordo com o nosso monitoramento de confinamento devemos ter uma redução na concentração da entrega de animais a partir de novembro”, apontou. 

Do lado da demanda externa, a China começou a aumentar as suas compras de carne bovina desde o começo do ano. “Agora estamos pontuando uma desaceleração, mas principalmente nos preços negociados. O volume ainda está indo muito bem, porém a China tem buscado negociar valores menores para o preço da tonelada exportada”, comentou. 

A consultora ainda ressalta que apesar dos desafios no setor, os produtores devem ficar atentos às oportunidades para recompor o rebanho e planejar o próximo ano. 

Vaca Louca

Nesta segunda-feira (10), foi veiculada a informação de que duas pessoas morreram no estado da Bahia por vaca louca. No entanto, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a secretária de saúde do estado da Bahia informaram que os casos de Doença de Creutzfeld-Jakob (DCJ) registrados no estado não têm relação com o mal da vaca louca, doença que acomete bovinos.  

Diante dessas informações, o mercado futuro do boi gordo passou a operar com desvalorizações na tarde de ontem. “Essa informação acabou gerando volatilidade nas negociações na sessão anterior, em que o contrato Novembro/22 passou de R$ 298,00/@ e foi para R$ 291,00/@”, reportou. 

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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