Boi: escalas de abate voltam a se alongar e média Brasil já passa de 10 dias. Pressão nas cotações tende a continuar

Publicado em 23/05/2022 12:29 e atualizado em 23/05/2022 14:34
A melhora da relação de troca (boi gordo X bezerro) tende a incentivar aumento na oferta de animais prontos para o abate
Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos

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Entrevista com Caio Junqueira - Analista de Mercado da Cross Investimentos sobre o Mercado do Boi Gordo

 

A tendência é que a pressão baixista continue sobre as cotações da arroba bovina nas próximas semanas, sendo que as programações de abate voltaram a alongar e já atendem a média de 10 dias úteis. Na semana passada, as referências para arroba estavam próximas de R$ 320,00/@ a R$ 310,00/@ para o animal com destino as exportações no estado de São Paulo, enquanto o animal comum está ao redor de R$ 300,00/@. 

De acordo com o  Analista de Mercado da Cross Investimentos, Caio Junqueira, destaca que o início da semana é marcado por compradores ausentes do mercado e que ainda não é possível saber como será o andamento das negociações. “Geralmente, na segunda-feira as indústrias analisam o consumo de carne bovina durante o final de semana para sair às compras. Assim, como os pecuaristas que têm animais para negociar preferem fazer na terça-feira”, comentou. 

Ainda segundo o analista, a melhora na relação de troca entre o boi gordo e animal de reposição tende aumentar o volume de animais terminados para o abate ofertados. “Nós estamos vendo um mercado mais promissor em que o invernista consegue fazer um caixa maior. Hoje é muito melhor vender um animal nos patamares atuais para investir em uma reposição com um bezerro na casa dos R$ 400,00/@”, relatou. 

Do lado da demanda, a expectativa das indústrias é com a virada do mês que tenha um aumento do consumo com o pagamento dos salários.“O final da próxima semana pode apresentar um alento para o mercado atacadista, mas o problema é que temos um índice de desemprego muito elevado e uma inflação que está pegando boa parte do salário do trabalhador”, ressaltou. 

Com relação às exportações, Junqueira explica que os próximos relatórios de embarques devem refletir os embargos de algumas plantas frigoríficas e os problemas logísticos. “No entanto, a China ainda deve manter um bom ritmo de compras ao longo deste ano”, concluiu. 

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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