Boi: em semana que demanda interna por carnes pode aumentar, frigoríficos encontram-se com escalas curtas

Publicado em 05/04/2021 12:47 e atualizado em 05/04/2021 19:37
Início de mês e pagamento de auxílio emergencial trazem otimismo para vendas internas na semana após o feriado
Fernando Henrique Iglesias - Analista da Safras & Mercado

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Entrevista com Fernando Henrique Iglesias - Analista da Safras & Mercado sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, destacou que nesta semana a demanda interna costuma aumentar com o pagamento dos salários. “A maioria da população recebe seus salários até o quinto dia útil do mês e isso ajuda no escoamento da produção. Outro aspecto importante que temos que considerar é a retomada dos pagamentos do auxílio emergencial”, informou. 

Por outro lado, as indústrias frigoríficas estão enfrentando dificuldade em preencher as escalas de abate já que a oferta de animais segue muito restrita. “As programações de abate dos frigoríficos estão em torno de 2 a 4 dias úteis. O fluxo de negócios foi muito baixo na véspera da sexta-feira santa e as indústrias iniciam esta semana com uma necessidade de compra”,  comentou. 

As referências para o animal com destino a exportação está próximo de R$ 320,00/@, à vista no estado de São Paulo. Já para o gado destinado ao mercado doméstico, o valor está em torno de R$ 315,00/@. “As indústrias estão com dificuldade de escalar animais comuns e a tendência é que tenha espaço para novas valorizações de preços mais agressivas. Podemos ter um spread ainda menor entre o boi China e o animal comum”, ressaltou na entrevista. 

No atacado, a cotação do boi casado está ao redor de R$ 19,30/kg e que somando com os coprodutos equivale a um animal de R$ 308,00/@. “A margem operacional das indústrias que atendem ao mercado interno segue  prejudicada e gera uma preocupação no mercado. Já os frigoríficos que são habilitados a exportar têm uma receita mais satisfatória com o câmbio”, afirmou. 

Analista salienta que é preciso acompanhar os novos casos de Peste Suína Africana na China. "Algumas agências estão divulgando o aumento de casos, mas a OIE (Organização Mundial da Saúde Animal) ainda não divulgou o relatório. A potência asiática segue comprando bons volumes de carne bovina e a expectativa é que siga atuante ao longo de 2021”, disse Iglesias. 

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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