Estudo da Embrapa explica os motivos que fazem a carne bovina brasileira ser até 40% menos valorizada no mercado internacional
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Entrevista com Paulo Henrique Nogueira Biscola sobre o Brasil recebe até 41% a menos pela carne bovina
Nesta semana, os pesquisadores do Centro de Inteligência da Carne Bovina (CiCarne) da Embrapa analisaram os vinte maiores países exportadores de carne bovina fresca, resfriada e congelada em quantidade, agrupando-os de acordo com o volume exportado e o preço cobrado. Foram feitas duas divisões: uma no preço, de US$5,00 por kg, e outra na quantidade, de 850.000 TEC (tonelada equivalente carcaça), o que os separou em quatro grandes grupos (quadrantes): 1) Preço baixo e quantidade alta; 2) Preço e quantidade altos, 3) Preço alto e quantidade baixa e 4) Preço e quantidade baixos.
Pode-se dizer que o melhor quadrante é o de maiores preço e quantidade, no qual estão EUA (US$ 7,17) e Austrália (US$ 5,76), mas uma ressalva deve ser feita: o maior preço precisa vir acompanhado de eficiência produtiva; caso contrário, as margens ficam reduzidas pelos altos custos de produção. Sendo assim, o ideal é buscar uma posição em que a carne bovina é percebida como de alto padrão, remunerada de acordo com sua real qualidade, mas sem onerar demasiadamente o produtor e a cadeia produtiva como um todo.
No quadrante de preço baixo e quantidade alta aparece o Brasil, que foi o maior exportador em volume no ano de 2019, com 1,56 milhões TEC, entretanto com preço médio entre os menores (US$ 4,17). É preciso entender o porquê de a carne bovina brasileira ser comercializada a um preço mais baixo do que a de seus principais concorrentes, bem como promover ações para que seu valor seja aumentado. Essas ações devem considerar o composto mercadológico (preço, produto, promoção e distribuição) da carne bovina brasileira, bem como os aspectos de produção, para que haja aumento da produtividade e da qualidade de acordo com as exigências dos mercados que pagam mais por um produto considerado de maior valor.