Mesmo com estímulo ao confinamento para o último trimestre, volume de animais não será suficiente para atender demandas
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Entrevista com Fernando Henrique Iglesias - Analista da Safras & Mercado sobre o Mercado do Boi Gordo
A atividade do confinamento ficou mais atrativa ao pecuarista para o último trimestre deste ano, com valores da arroba elevados. No entanto, o volume de animais confinados não será suficiente para atender a demanda e não vai causar uma pressão negativa nos preços nos próximos meses, diz o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Para ele, a economia brasileira está sendo retomada "e já observamos picos de consumo em alguns estados".
--“O último trimestre é o período que mais se consome carne em todo o ano e o preço no atacado segue sustentado. No interior de São Paulo, o corte do traseiro bovino já atingiu R$ 18,00/kg”, ressalta.
A queda no ritmo exportado na segunda semana deve ser encarada com naturalidade e não pode criar pânico no mercado. “Apesar da queda, a tendência é que venha a ser o melhor mês de setembro com volumes embarcados. Possivelmente, as exportações fiquem acima de 150 mil toneladas”, afirma.
Outro fator que pode impulsionar as exportações de carne bovina in natura são os casos de Peste Suína Africana na Alemanha. “Novas habilitações das indústrias brasileiras precisam ser feitas para exportar mais carne suína para a China, porém nada impede que a potência asiática consiga diversificar as compras de proteínas animais”, relata.
Os chineses estão recompondo os rebanhos de matrizes de suínos, mas que só vai refletir em produção de carne somente daqui um ano.“Todo processo de desenvolvimento de animais precisa ser respeitado, principalmente a carne bovina e a carne suína. Podemos estimar que a China vai demandar por proteínas animais ao longo de 2021”, destaca.