Boi magro tem valorização de 42% em 12 meses enquanto boi gordo sobe apenas 21% no mesmo período

Publicado em 16/04/2020 12:42 e atualizado em 16/04/2020 20:25
Preço elevado da reposição pode impactar negativamente no volume de animais confinados em 2020
Felippe Reis - Analista da Scot Consultoria

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Mercado do Boi Gordo - Entrevista com Felippe Reis - Analista da Scot Consultoria

 

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A expectativa de mercado é que as referências para os animais mais jovens devem permanecer estáveis ou com leves baixas nas próximas semanas. Segundo o levantamento realizado pela a Scot Consultoria, o confinamento deve ficar em 5 milhões de cabeças neste ano. 

De acordo com o Analista da Scot Consultoria, Felippe Reis, os animais de reposição registraram fortes valorizações nos últimos doze meses. “O boi magro teve um aumento de 42% nos preços, enquanto, o boi gordo teve um incremento de 20% no mesmo período analisado”, relata. 

Para os pecuaristas que pretendem confinar os animais no segundo semestre, as contas ficam muito apertadas já que o contrato futuro de outubro está  ao redor de R$ 190,00/@. “Segundo as nossas contas, a arroba deveria estar cotado a R$ 210,00 a R$ 215,00 para remunerar o produtor rural. No entanto, o mercado de reposição está andando de lado diante da disseminação do coronavírus no Brasil”, aponta. 

Em algumas regiões do Brasil não está ocorrendo negociações por conta dos leilões não estarem funcionando. “Alguns leilões estão sendo realizados virtualmente e os preços estão estáveis refletindo o cenário do mercado já que a oferta de animais jovens está limitada e a expectativa é que tenha uma baixa disponibilidade para o resto do ano”, comenta. 

O analista destaca que tem ocorrido uma redução do tempo do ciclo pecuário nos últimos vinte anos. “Um ciclo que antes demorava entre sete e oito anos, agora, tem uma dura em torno de três a cinco anos. Acredito que a partir de 2022 vamos ter um mercado de reposição mais calmo e mudança de ciclo”, aponta. 

Com relação às pastagens, Reis acrescenta os pastos estão perdendo qualidade com a redução das chuvas. “Os pecuaristas ainda conseguem manter os animais nas fazendas, mas com a seca se aproximando podemos ter uma baixa de preços mais intensa para os animais de reposição”, diz.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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