Oferta curta de animais dá sustentação aos preços da arroba do boi. Demanda de carnaval pode estimular novas altas
A primeira quinzena de fevereiro foi favorável para o mercado do boi. Segundo a analista de mercado da Scot Consultoria, Marina Zaia, os pecuaristas estão segurando mais o boi terminado nas pastagens, que se desenvolveram bem por causa das chuvas, e aguardando melhores preços para venderem aos frigoríficos. Além da oferta mais curta de animais disponível para abate, colaboram para a melhora dos preços a retenção de fêmeas. A próxima semana também deve ter bons preços, com os frigoríficos se preparando para atender à demanda do varejo no Carnaval.
Mariana explica que na primeira quinzena de fevereiro, a maioria das praças pesquisadas pela Scot Consultoria registraram altas nos preços da arroba bovina. Ela destaca Redenção, no Pará, que subiu 10,6% desde o começo do mês, norte do Tocantins, que aumentou 11,8%, e em São Paulo, alta de 5,5%, que significa quase R$ 11 por arroba nessa primeira quinzena de fevereiro.
"Em São Paulo tivemos uma alta quinta-feira (13) de R$ 3, então o boi foi para R$ 200 a vista, já livre de Funrural, e tem oferta de compra até acima dessa referência, de R$ 3, R$ 4, R$ 5 acima, mas são negócios mais pontuais".
"O vetor que tem possibilitado a melhora nos preços é a oferta menor de animais disponível para abate. O quadro de chuvas boas em grande parte do país, proporcionando pastagens de qualidade, e os custos de retenção para o produtor estão baixos, e o produtor opta por segurar o gado à espera de pagamentos melhores".
Sobre as fêmeas, a analista afirma que há uma fase de retenção do ciclo, então mesmo sendo uma sazonalidade essa melhora dos pastos, há um cenário mais amplo de menor oferta de fêmeas, o que deve se estender ao longo do ano em função dos preços mais atrativos do bezerro.
"Em uma comparação anual, nós temos o preço do bezerro em São Paulo 30% maior que no ano passado. Frente a essas valorizações, o produtor opta por manter a fêmea no rebanho, trabalhar a reprodução e tirar o bezerro dela ao invés de mandá-la para po frigorífico".
Os frigoríficos estão com dificuldades em alongar a escalas, com uma média de 3 a 4 dias de escala, mas alguns trabalham ainda mais apertados para o início da semana que vem, com 2 dias de escala, conforme explica a especialista.