Mercado do boi deve seguir estável até o carnaval e só depois o rumo das cotações será dado pela intensidade da demanda

Publicado em 07/02/2020 13:30
Demanda chinesa pode fazer a diferença nos preços da arroba
Caio Toledo Godoy - Consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone

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Mercado do Boi Gordo - Entrevista com Caio Toledo Godoy - Consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone

 

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As cotações para o boi gordo devem seguir mais mornas daqui até o feriado de Carnaval, segundo o consultor em gerenciamento de riscos da INTL FCStone, Caio Toledo de Godoy. Segundo ele, após a festividade, a expectativa é que a demanda interna melhore, e que as exportações, principalmente para a China, voltem a acontecer com mais tração. Entretanto, será o apetite do país asiático pela carne bovina brasileira que vai determinar o aumento no preço do boi.

Conforme Godoy explica, os frigoríficos estavam pagando mais pela arroba nos últimos dias, afim de alongar um pouco a escala para suprir a demanda que deve existir durante o Carnaval.

"Daqui pra frente os frigoríficos vão mais monitorar mercado já com as escalas um pouco alongadas na tentativa d eter uma melhor visão sobre o mercado futuro, tanto interno quanto externo". 

Ele acredita que nas próximas duas semanas, é pouco provável que os preços fiquem acima de R$ 200 a arroba, pelo menos em São Paulo. "Depois do Carnaval, temos frigoríficos já pensando no mercado externo, na demanda chinesa, se será maior ou menor. Temos os frigoríficos se programando, e devemos ter um mercado mais fortalecido". 

Para o consultor, a expectativa vem após o dia 17 de fevereiro, quando termina o período de festividades do Ano Novo Lunar na China. "Temos que ver se a China vai comprar volumes semelhantes ao que estava comprando antes do surto de coronavírus, o que deve impactar nosso mercado interno, que está bom, estável".

CORONAVÍRUS

Para Godoy, os dados de exportação de janeiro sobre a carne bovina não são um reflexo real de como o surto de coronavírus pode impactar este setor. "A primeira notícia que tivemos no mercado sobre a doença foi em 21 de janeiro, então é algo muito recente".

Segundo o consultor, são os números de fevereiro e março que vão apontar mais fielmente como esta questão sanitária influenciou nos volumes embarcados e nos valores arrecadados. "Pode ser que a China diminua a demanda, mas pode ser que compre mais para repor estoques consumidos nos últimos tempos".

"Sinceramente, creio que a demanda deva ser perto do que foi em dezembro, porque acredito que a China precise de carne bovina de qualidade, e é uma carne que é barata inernacionalmente. Além do coronavírus, eles ainda estão sofrendo com a crise da Peste Suína Africana e com a gripe aviária".

ACORDO COMERCIAL CHINA X EUA

De acordo com ele, no caso do acordo comercial entre Estados Unidos e China, o cenário observado para o futuro é de que o país asiático deva comprar dos americanos mais carne suína do que bovina. 

"Acho que o primeiro momento para cumprir o acordo seria a suína, e  num segundo momento, poderia chegar na bovina. Acho mais provável focar no Brasil, Austrália, Argentina, para a carne bovina". 

 

Por: Aleksander Horta e Letícia Guimarães
Fonte: Notícias Agrícolas

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