China diminui ritmo de compra da carne bovina e reduz em 15% valor ofertado por tonelada do produto brasileiro, diz frigorífico
No mês de novembro, a potência asiática reduziu o número de compras de carne bovina in natura brasileira e diminuiu 15% do valor ofertado pela a tonelada do produto. Com a alta da carne bovina no mercado interno, o consumo registrou uma queda de 30% nos últimos dias e os estoques da proteína aumentaram.
De acordo com o CEO da Frigol, Luciano Pascon, o cenário do mercado é preocupante em virtude do desequilíbrio dos preços da carne. “Nós tivemos uma alta violenta na arroba o que proporcionou uma redução drástica no consumo interno e trouxe um alerta para as exportações para a China e os demais países”, comenta.
A demanda chinesa por carnes brasileiras vai continuar aquecida já que oferta de proteínas na China deve continuar restrita para o próximo ano. No entanto, as vendas para a China não estão acontecendo pelo fato de estarem abastecidos e pelo valor elevado da carne. “Nós vamos ter que aguardar o mercado se equilibrar tanto do lado da oferta como na demanda”, relata.
O importador chinês já tem um estoque considerável para passar o ano novo chinês que ocorre no final de janeiro, tendo em vista que maior momento de consumo. “Hoje, eles estão fora do mercado aguardando um recuo dos preços e a indústria brasileira não pode recuar, pois os valores da matéria prima subiram de forma significativa”, aponta.
O setor pretende flexibilizar o protocolo para exportar carne bovina para a China, na qual o animal precisa ter até 30 meses e um intervalo de graduação de PH nas classificações da carcaça. “Outros fornecedores como a Argentina e o Uruguai não tem dada limite para o animal e podem exportar um volume muito maior. Nós estamos pleiteando ao Ministério da Agricultura uma flexibilização da idade do animal”, conclui.