Abate elevado de fêmeas jovens nos últimos dois anos deve provocar um buraco na oferta de animais para abate em 2020
O abate de fêmeas registrou um aumento significativo nos últimos dez anos e agora já está influenciando na oferta e consequentemente nos preços do Bezerro e do Boi gordo. E como agravante desse cenário, nos últimos 2 ou 3 anos, o abate de fêmeas jovens também aumentou, e a consequência é um buraco na oferta de animais terminados no próximo ano.
Segundo o analista de mercado, Rodrigo Albuquerque, a pecuária está retendo poucas fêmeas nos últimos anos. “A média de fêmeas abatidas nos últimos dez anos foi significativa, e nessa década, só em um ano o setor reteve as fêmeas de maneira significativa. Era esperado que em algum momento, os preços para o bezerro iriam se fortalecer e que iria refletir nos valores do boi gordo”, comenta.
Esse cenário ficou mais evidente a partir do momento que a indústria brasileira descobriu a novilha como uma solução para o problema do macho inteiro não castrado. “Começamos a direcionar em larga escala abate de fêmeas jovens, porém as fêmeas jovens são as que têm os maiores índices reprodutivos e tem o melhor mérito genético”, relata.
Na opinião de Albuquerque o próximo limitador para a arroba do boi gordo é justamente o valor do bezerro. “A cria ficou décadas com uma margem muito ruim e é muito bom ver esse segmento se valorizando. Para quem atua na recria e engorda é preciso ser profissional, pois cada vez mais será desafiador esse cenário”, conta.