Boi: Cotações no balcão estão firmes com o período de entressafra e a tendência é de alta nos preços em curto prazo
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Entrevista com Gustavo Rezende Machado - Analista da Agrifatto sobre o Mercado do Boi Gordo
No mercado do boi gordo, as cotações da arroba no balcão estão firmes devido a oferta restrita de animais devido ao período de entressafra. Contudo, o cenário é de alta para as referências da arroba em um curto prazo com a arroba cotada a R$ 157,00/@ a R$ 158,00/@ para o boi comum em São Paulo.
De acordo com o analista de mercado da Agrifatto, Gustavo Rezende Machado, as indústrias já estão se preparando para atender a demanda da virada de mês. “Isso gera um otimismo em relação ao consumo interno, mas as escalas estão bastante desuniformes em função de oferta e demanda regional”, afirma.
No estado de São Paulo, as programações de abate estão ao redor de 7 a 8 dias úteis. Já no Mato Grosso do Sul e no Norte do país, estão com escalas de abate mais curtas que variam entre 4 a 6 dias úteis. No Mato Grosso e em Goiás, as escalas estão mais confortáveis que estão entre 7 a 8 dias úteis com variação entre as plantas de maior porte e as indústrias menores.
Do lado da oferta, o analista salienta que está bastante restrita e isso tem ajudado o mercado ficar com preços mais firmes no balcão. “Alguns animais estão entrando de confinamento agora, mas ainda bem pontual e que está mantendo esse mercado firme. Por outro lado, o escoamento de carne segue naquele ritmo compassado”, comenta.
Com relação aos preços, a arroba está sendo negociada a R$ 143,00/@ a R$ 145,00/@ em Goiás. No Mato Grosso, os preços também giram ao redor de R$ 143,00/@ e no Mato Grosso do Sul com a oferta restrita deixa os negócios nos patamares de R$ 144,00/@ a R$ 145,00/@. “Podemos ter uma alta muito comedida, mas com a baixa disponibilidade de oferta e a virada do mês gera uma expectativa positiva”, diz.
A expectativa é que no final de outubro tenha uma oferta maior no mercado com a entrada dos animais de confinamento. No caso do poder de compra do pecuarista frente ao milho, o analista ressalta que os produtores estão cautelosos e não querem negociar o cereal.
“Depois do relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, as cotações do milho caíram e com esse cenário o produtor está segurando os grãos. Os armazéns estão cheios e não está chegando no mercado. Com o boi mais firme no físico pode melhorar essa relação de troca no próximo mês”, finaliza.