Cota Hilton de 100 mil toneladas para a carne do Mercosul abre espaço para Brasil ampliar sua participação no mercado europeu

Publicado em 01/07/2019 13:29
Cortes selecionados, elevada exigência e um mercado que paga até 5 vezes mais, podem agilizar processo de melhora de qualidade da carne brasileira
Thiago Bernardino de Carvalho - Pesquisador do Cepea

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Entrevista com Thiago Bernardino de Carvalho - Pesquisador do Cepea sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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O acordo entre a União Europeia e o Mercosul vai permitir que o Brasil amplie a sua participação no mercado europeu disputando com os países da América do Sul um mercado de até 100 mil toneladas na cota Hilton. Dentre todos os países do Mercosul, o Brasil é um dos poucos que tem potencial para aumentar a oferta.

Segundo o Pesquisador do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho, esse acordo entre o Mercosul e a União Europeia ajuda o agronegócio como um todo. “O mercado europeu conta com algumas exigências e é responsável por comprar cinco cortes de carne bovina. Por isso, o mercado brasileiro não pode deixar de investir em qualidade e avanços tecnológicos já que a Europa é muito exigente”, afirma.

A partir desse acordo, as indústrias frigoríficas já estão se movimentado para atender ao mercado europeu e alguns negócios começam a serem planejados. “Porém, esse processo ainda é lento de compra e venda já que vai ter as restrições comerciais e os interesses dos frigoríficos. Atualmente, nós somos temos volume permitido de até 10 milhões de toneladas através da cota Hilton”, ressalta.

No entanto, o Brasil não consegue exportar o volume total da cota Hilton em função das exigências da Europa. “Geralmente, a Europa paga muito bem pelas mercadorias e qualquer pedido do continente os frigoríficos adoram, assim como, os produtores que comprem as exigências que recebe um sobre preço”, destaca.

Paralelamente, temos um mercado muito aquecido de cortes dianteiros para a China e Hong Kong. “É um cenário positivo e vamos ter que cumprir muitas exigências e se adequar a questão do comércio em relação à União Europeia. A China é responsável por comprar em maior volume, mas quem paga melhor pela a nossa carne é o mercado europeu”, salienta.

Por: Aleksander Horta e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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