Mercado do boi reage bem às medidas do MAPA para EEB atípico; ainda há dúvidas sobre impacto e prazo da suspensão para China
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Entrevista com Caio Toledo Godoy - Consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone sobre o Mercado do Boi Gordo
Apesar do caso atípico de ‘vaca louca’ que ocorreu no Mato Grosso, as referências para o mercado do boi estão reagindo bem às medidas adotadas pelo o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). No entanto, ainda há dúvidas sobre os impactos que a suspensão de carne bovina para a China pode causar no setor.
De acordo com o Consultor em Gerenciamento de Riscos da INTL FCStone , Caio Toledo Godoy, a suspensão temporária é uma medida cautelar em que o Brasil proibiu as exportações de carne bovina para a China. “Isso mostra que o governo brasileiro está agindo de forma transparente com o ocorrido e adotando uma boa prática de mercado”, afirma.
Diante desse cenário, alguns pontos precisam ser esclarecidos que é saber até quando vai essa proibição e se essa paralisação das exportações vai resultar em mais ofertas para o mercado interno. “São esses dois questionamentos que o mercado está fazendo no momento e está esperando se algum outro país vai suspender as importações de carne do Brasil”, relata.
A expectativa é que o ocorrido não vai comprometer a abertura de novas plantas frigoríficas habilitadas para exportar para a China. “Esse é um receio que eu observei no mercado e que no meu entender não deve causar impactos já que todas as medidas foram tomadas pelo o governo”, pontua.
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No ano passado, a China foi responsável por comprar aproximadamente 322 mil toneladas de carne do Brasil. Na qual, representou cerca de 20% das negociações realizadas. Em 2019, a China já adquiriu ao redor de 96 mil toneladas de carne bovina o que representa 18% do volume embarcado pelo o Brasil.
“O mercado brasileiro pode ser afetado se essa paralisação ficar por um período de um mês. Além disso, precisa ver se outro país vai adotar alguma suspensão da carne brasileira e tem algumas frustrações que vão começar a ser digeridas pelo o mercado com o passar dos dias”, comenta.
Com relação ao mercado físico, o consultor aponta que os grandes frigoríficos que exportam para a China estão fora das compras. “As pequenas indústrias estão comprando normalmente já que não tem demandas do mercado asiático. Eu acredito que nos próximos dias devemos ter algum impacto nos preços do mercado interno”, diz.