Invernistas do Vale do Araguaia tentam escapar da pressão dos frigoríficos segurando bois no pasto, mas sentem alta da reposição

Publicado em 08/01/2019 11:46
Indústrias teriam reduzido a oferta a R$ 140/@, com escalas para dia 19 entre as grandes. Pastos estão bons e ajuda a segurar animais. Bezerro na reposição a R$ 1,5 mil, mais caro que SP. Garrote e booi magro também difíceis.
Marcelo Marcondes - Nelore Marcondes

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Entrevista com Marcelo Marcondes - Nelore Marcondes sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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Na região do Vale do Araguaia/GO, os pecuaristas invernistas estão tentando escapar da pressão dos frigoríficos mantendo os animais no pasto. Diante desse cenário, algumas indústrias reduziram os preços para R$ 140,00/@ com escalas de abates a partir do dia 19 deste mês.

De acordo com o Presidente da Nelore Marcondes, Marcelo Marcondes, tanto no sul como na região de Goiânia o mercado segue lento. “Partes das indústrias frigoríficas grandes estão com escalas programadas para a próxima quinzena do mês. O início do ano, as empresas estavam pagam R$ 142,00/@, porém os preços estão menores e tem dificuldade em encontrar oferta”, afirma.

Com a qualidade dos pastos melhorando, os pecuaristas ficaram mais cautelosos para comercializar. “Os animais de pasto começaram mais cedo aqui na nossa localidade em função das chuvas constantes no começo da estação. Hoje os pecuaristas estão vendo os preços baixos e optaram por vender apenas o que precisa”, destaca.

Atualmente, as referências para o boi Europa na localidade estão em torno de R$ 142,00/@. “As indústrias começaram a comprar nos patamares a R$ 140,00/@, só que agora está mais difícil de encontrar oferta. Já o Cepea, as cotações estão próximas de R$ 141,00/@ a R$ 142,00/@, a vista”, comenta.

Outro ponto que a liderança ressalta é que o mercado de reposição está muito aquecido, tendo em vista que um animal de 200 a 230 kg está girando em torno de R$ 1.500. “Eu acredito que com a mudança de governo as pessoas ficaram mais retraídas para negociar. Além disso, a pessoa que comprar o bezerro vai ter que ficar mais de um ano alimentando o animal”, salienta.

Por: Giovanni Lorenzon e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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