Volume alto de descarte de vacas atenua prejuízos com descarte de touros, conseguindo escoar mais cabeças a preços iguais

Publicado em 22/06/2018 11:50
Indústrias forçam até R$ 10,00 a menos que a fêmea, mas a quantidade ofertada destas aumenta o poder de barganha do produtor, que enfia mais touros por lotes e a preços iguais. Pastos ainda dão suporte ao boi gordo no norte do MT.
Carlos Dias - Pecuarista

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Entrevista com Carlos Dias - Pecuarista sobre o Mercado do Boi Gordo

 

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No estado do Mato Grosso, os pecuaristas estão com dificuldade em descartar touros em função da carne que é desvalorizada no mercado e das indústrias que querem pagar valores abaixo dos preços das vacas. Até o momento, as pastagens estão em boas condições e estão dando suporte ao boi gordo no norte do estado.

De acordo com o pecuarista, Carlos Dias, há uma dificuldade anual em descartar os animais mais velhos e que tem a carne mais desvalorizada pelo o mercado se comparada aos animais mais jovens. “Nós não conseguimos abater esses animais isoladamente, pois precisamos misturar as vacas para descarte. Senão, a indústria não consegue abater a categoria”, afirma.

Na localidade, não é fácil encontrar matadouros que pagam os mesmos valores para o boi, mas quando consegue é nos preços iguais ao da vaca. “Eu estou embarcando uma quantidade expressiva de vacas a R$ 125,00/@, a prazo, com isso, é possível colocar os touros nestes mesmos patamares. Porém, as indústrias estão forçando R$ 10,00 a baixo do preço da vaca”, destaca.

Atualmente, cerca de 10% a 15% os touros são descartados anualmente por diversas características, exames neurológicos e defeitos físicos. “Como a pressão de seleção é muito grande, a oferta de animais bons é alta e nós obrigam a descartar os piores touros do rebanho”, ressalta.

As indústrias destinam essas carnes desvalorizadas para pontos de alto consumo e escolas públicas para serem usadas nas merendas. “É um desafio para os frigoríficos, pois quando essa carcaça entra na câmara fria se percebe a diferença já que a carcaça é completamente diferente”, finaliza.

Por: Giovanni Lorenzon e Andressa Simão
Fonte: Notícias Agrícolas

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