Abates de fêmeas em excesso, diante de uma crise onde a @ está na média de 2015, vai levar à falta de boi a partir de 2020
Pedro de Camargo Neto, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira, conversou com o Notícias Agrícolas nesta quinta-feira (12) para falar sobre a crise que vem passando a pecuária brasileira nos últimos anos.
Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o boi gordo possui uma média de preços de R$144/@ a R$146/@ desde a crise da Carne Fraca no começo de 2017. E atualmente os valores estão na média de 2015. Contudo, de lá para cá, os custos cresceram e a queda no consumo foi extremada.
Para Camargo Neto, a situação é difícil, já que os pecuaristas não possuem margem para realizar seus negócios e a pressão para aumentar a produtividade cresce todos os dias. Além disso, cada região possui seu próprio modelo produtivo, bem como os pacotes tecnológicos mudam de produtor para produtor - de forma que é um desafio combinar ideias para encontrar soluções para o negócio.
Mesmo com a crise, a produção continua elevada porque os produtores não conseguem "parar de um ano para o outro". Essa situação leva, portanto, a um maior abate de fêmeas.
Esse abate, que supera 50% no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul, está sendo feito não somente com fêmeas vazias e caducas, mas também com bezerro na barriga. Este fator, segundo o vice-presidente, é um reflexo da crise que ainda terá consequências mais à frente.
Com esse resultado, visualiza-se que há produtores saindo do mercado ou reduzindo a produção, o que pode fazer com que em 2020 os preços da arroba explodam com a falta de boi no mercado.
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