BNDES não deve servir para a formação de oligopólios de ‘campeões nacionais’ no setor frigorífico; pecuaristas são desunidos
Sebastião Costa Guedes, vice-presidente do CNPC, acabou de ser eleito para a presidência da Câmara Setorial da Carne Bovina. Ele destaca que o quadro atual da pecuária, principalmente para o produtor, é bastante desagregado. Muitas ações são feitas individualmente e são discutidas somente questões a nível regional, enquanto as questões nacionais ficam de fora do jogo.
A meta, portanto, é mudar essa orientação, discutindo problemas econômicos importantes que existem na cadeia, além de ter foco em outras questões como a sanidade e a classificação de carcaças. Ele acredita que a cadeia deve estar mais fluída, com linhas de crédito mais eficientes.
Ele aponta que a concentração das indústrias oferece certo reflexo para a economia do mercado em geral, como foi o caso do JBS no Mato Grosso do Sul. Entretanto, ele salienta que questões de cooperativas de consumo e uma parceria entre criadores e frigoríficos, em termos de metas de qualidade, questões sanitárias e a velocidade da resolução de certos problemas devem ser amplamente discutidas. Fora isso, ele também aponta que "não devemos incentivar a formação de oligopólios".
Ainda existe, entretanto, uma resistência em discutir questões econômicas na cadeia, como conta Guedes. "Mas essa é a função da Câmara", acrescenta. Por fim, ele também avalia que a imagem da carne bovina após a operação Carne Fraca deve ser melhor trabalhada.