Boi : oscilação nos preços da arroba dificulta tomada de decisão, compromete planejamento e reduz investimentos na atividade
Há um bom tempo os produtores não conseguem buscar mão de obra qualificada, encontram dificuldades para a reposição de máquinas e não conseguem contratar novas tecnologias para aumentar a produtividade. A afirmação é do pecuarista de Juara (MT), José Francisco Villalobos, refletindo a crise que se arrasta sobre o mercado do boi gordo, a despeito de alguma recuperação da arroba nas últimas semanas.
Se esse é o retrato do momento, segundo o empresário é mais preocupante porque também aponta para um futuro totalmente incerto e inseguro, especialmente depois da delação do Joesley Batista e com prisão do irmão, Wesley.
Temeroso pelo desempenho da JBS, que só no Mato Grosso responde por mais de 50% dos abates, Villalobos chega, inclusive, a pedir a volta da concorrência, com a entrada de novos frigoríficos no mercado, até estrangeiros, mesmo que fosse apenas para reabrir as plantas fechadas ou trabalhando com alta capacidade ociosa, várias das quais arrendadas para a JBS.
O pecuarista também está preocupado com a perda de capital conquistado, que a impossibilidade de o setor fazer investimentos acabará por empurrar para trás as conquistas da pecuária nacional.
Quanto aos preços atuais, ele vê com alguma melhora, mas com dúvidas sobre sua sustentação, mesmo com o efeito sazonal positivo de fim de ano.
E é taxativo: a arroba em baixa é um movimento totalmente artificial diante de uma oferta baixa, na qual até matrizes foram negociadas.
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