Mercado de reposição de animais tem recuperação lenta em MT e relação de troca com boi gordo está abaixo do ideal
Jeremias Pereira Leite, presidente do sindicato rural de Cáceres (MT), destaca que o boi gordo na região conta com o cenário de cria, recria e engorda, com mais de 1 milhão de cabeças.
Entretanto, ele destaca que os produtores estão muito longe do que gostariam de estar. A relação de preços está muito aquém do que seria o ideal, com vários fatores que influenciam como o nível de endividamento, a operação Carne Fraca, a situação da JBS e o Funrural.
O mercado de reposição gira em torno de R$1200 o animal. Esse mercado tem uma reação muito lenta e não deve evoluir muito mais, já que o poder de compra ainda é pequeno.
A demanda está mais baixa, o que ele atribui ao cenário econômico do país. O grau de desemprego é grande e o ano deve fechar com um número maior de desempregados do que era esperado.
Por sua vez, o confinamento deverá ter uma redução de 7% na região. Contudo, os frigoríficos estão retomando as atividades na região, abrindo espaço para uma maior demanda de boi gordo. Ele acredita que, em janeiro, a oferta de boi a pasto vai estar "a todo o vapor". Essa oferta não deve conflitar com os animais de confinamento, contudo.
Os preços giram em torno de R$130/@ para o boi e R$122/@ a vaca. De acordo com Leite, os produtores gostariam de estar recebendo de R$140/@ para a frente.
Uma questão que atrapalha a atividade, segundo o presidente, são os custos, que estão bastante elevados, além da instabilidade jurídica que ronda o setor.