Frigoríficos saem das compras em movimento atípico para o dia da semana e deixam mercado do boi com baixo volume de negócios
Alex Santos Lopes, analista de mercado da Scot Consultoria, destaca que a semana do mercado do boi gordo começou com um viés de baixa "bastante claro" no mercado. Praças que possuiam estabilidade viram as cotações começando a ceder. As compras melhoraram um pouco e, ao mesmo tempo, a demanda não evolui.
De outro lado, a perspectiva do pecuarista não é tão interessante como ocorria há duas semanas, com a queda dos preços futuros, o que leva a um maior número de entrega de animais. A queda não consegue ser maior porque não há uma maior concentração de oferta, como explica o analista.
Hoje, quinta-feira (21), chama a atenção a quantidade de frigoríficos que estão fora das compras, como salienta Lopes. Um cenário mais claro e alinhado com a real situação do mercado é aguardado para que haja novas comercializações.
Algumas unidades da JBS ao redor do país ainda não retomaram os abates. Para Lopes, uma grande indústria saindo dos negócios deixa mais boi gordo na mão dos compradores, o que pode gerar também uma disputa por parte de outros frigoríficos sobre aqueles animais que não foram vendidos.
Ele acredita que, entre outubro e novembro, deva haver uma recessão de oferta, com um segundo giro sem grandes volumes e uma ajuda da demanda, embora esta não deva ser muito expressiva. Este cenário pode trazer um mercado um pouco mais firme.