Alongamento das escalas, estoque elevado de carnes e enfraquecimento da demanda justificam esfriamento do mercado do boi
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Alongamento das escalas, estoque elevado de carnes e enfraquecimento da demanda justificam esfriamento do mercado do boi
Alex Santos Lopes, analista da Scot Consultoria, destaca que, desde o começo da semana, o mercado do boi vem apontando para uma situação diferente do que era visto anteriormente. Os frigoríficos começaram a perceber que existe um estoque maior de carne e vêm pressionando o mercado.
Entretanto, estes ainda são movimentos pontuais. O cenário é de pouca oferta e de dificuldade de aquisição de matéria-prima. Contudo, como essa compra foi maior do que a demanda, as margens causaram este efeito.
A margem de comercialização dos frigoríficos era de 40% e, agora, está em 20%. As escalas médias em São Paulo estão entre 4 a 5 dias, suficientes para atender a uma demanda imediata.
Ele não acredita que o mercado deva entrar em uma situação de baixa no curto a médio prazo. Outubro e novembro são os meses com os melhores preços da arroba no ano. A oferta deve ser restrita para manter a firmeza no mercado.
As prisões de Joesley e Wesley Batista não devem afetar os fundamentos do mercado, como visualiza Lopes. O mercado já havia precificado as ações do primeiro semestre e as prisões são apenas desdobramentos do que já ocorreu.
Para o produtor, a melhor atitude para o momento é ter cautela e observar o mercado e as informações.
Do lado da demanda, o começo de setembro teve boas vendas. Porém, embora os números da economia estejam melhores, ainda não há um efeito efetivo sobre o poder de compra da população. Uma melhoria no consumo no segundo semestre é prevista, mas nada que permita um grande crescimento das vendas.
Em São Paulo, a arroba está cotada em R$144/@ a R$145/@ à vista, já descontado o Funrural. A prazo, estes preços giram em torno de R$146/@ a R$147/@.