Recente caso de botulismo em MS acende alerta para os cuidados com a alimentação do rebanho. Toxina mata por asfixia

Publicado em 11/08/2017 16:21
Botulismo não é contagioso e não representa nenhum risco para saúde de rebanhos vizinhos ou seres humanos. Mas os animais que morrem em função da intoxicação não podem ser consumidos

Nesta semana, foram divulgadas, de forma generalizada, imagens de mais de 1000 cabeças de gado mortas no Mato Grosso do Sul, o que trouxe à tona a discussão sobre o botulismo, provável causa das mortes.

Pedro Paulo Pires, veterinário patologista da Embrapa Gado de Corte, destaca que o botulismo é uma intoxicação que é causada quando o animal come algum alimento que contém toxinas geradas pela bactéria Clostridium botulinum. Não há contaminação de um animal para o outro e não compromete rebanhos vizinhos ou seres humanos.

Pires salienta para a necessidade de "cuidar para que isso não aconteça", já que o homem é responsável pela alimentação destes animais. Essa bactéria fica no solo e causa toxinas na alimentação quando ocorre de uma matéria orgânica estar em decomposição na ausência de oxigênio. Assim, a silagem produzida para a alimentação dos animais corre este risco - e não permitir que essa silagem entre em decomposição é uma das formas de prevenção da doença.

Antes de oferecer ração aos animais, os produtores devem tomar como imprescindível a vacinação do rebanho contra a doença, que deve ser feita em duas fases: no dia 0, antes de entrar no confinamento e 40 dias depois.

Os sintomas de um animal contaminado pela toxina podem variar de acordo com a quantidade de toxina ingerida. É preciso observar se o animal apresenta sintomas como falta de coordenação motora e dificuldade de levantar. Caso haja a suspeita da intoxicação, pode ser aplicado um soro hiperimune, que atua tal qual o soro antiofídico.

O veterinário observa que, hoje em dia, uma condição como a que ocorreu no Mato Grosso do Sul é rara. "O cuidado e o conhecimento da doença facilitam para que não tenhamos mais casos como este", alerta.

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Por: Aleksander Horta e Izadora Pimenta
Fonte: Notícias Agrícolas

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