Futuro do boi em SP se aproxima dos R$140,00/@ para incentivar confinamento. Mas segundo giro estaria limitado pela logística
Alex Santos Lopes, analista da Scot Consultoria, destaca que as duas últimas semanas mudaram a trajetória dos preços do mercado do boi, que entram agora em movimento de alta. Tradicionalmente, os preços atingem o pico entre outubro e novembro, mas agora, por conta de um primeiro giro menos expressivo, existe fôlego para que isso ocorra já na entressafra.
Da parte da demanda, houve uma melhora nas vendas de carne e os estoques dos frigoríficos não eram tão grandes. Com uma oferta menor, foi preciso sair às compras, o que fez o mercado da carne subir na semana passada.
Os preços do boi gordo giram em torno de R$126/@ a vista em São Paulo, livre de Funrural. Algumas regiões, como o Triângulo Mineiro (R$122/@) e o oeste do Maranhão (R$119/@) também acumularam altas. Várias praças apontam recuperação, uma situação pouco vista em 2017. Os preços da carne ainda não apresentaram sinalização de alta nesta semana, situação que deve ficar mais clara na quarta e na quinta-feira.
O mercado futuro sinaliza uma boa recuperação para os preços, que estão próximos de R$140/@ para outubro. Entretanto, para participar do segundo giro, os produtores deveriam estar com a estrutura do confinamento pronta entre os meses de maio e junho, antes de o animal reagir. Neste mês, pode não ter muito tempo para mais produtores tomarem a decisão de se programar.
Lopes salienta que é importante uma proteção por parte do produtor. Utilizar de ferramentas como o mercado de opções pode ser uma oportunidade de receber preços maiores do que o mercado físico pode pagar.
A demanda de exportação voltou a ficar firme, acima das 100 mil toneladas. O analista lembra que é "difícil afirmar que todos os problemas foram superados com clientes externos", mas que os resultados de junho são animadores. O que precisa ser observado é se essa situação é consistente.