Arroba do boi no Pará tem o menor preço do país, com oferta maior que a demanda e logística complicada

Publicado em 21/02/2017 13:05
Com o terceiro maior rebanho do Brasil, o Pará precisa encontrar mercado para 2/3 de sua produção. Exportação de carnes, venda de animais vivos e distribuição para estados do Sudeste e Nordeste são as alternativas de comercialização da pecuária paraense
Confira a entrevista de Carlos Fernandes Xavier - Presidente da Fed. Agricultura do Estado do Pará - Faepa

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Arroba do boi no Pará tem o menor preço do país, com oferta maior que a demanda e logística complicada para escoamento

 

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Com terceiro maior rebaixo de bovinos do Brasil, cerca de 23 milhões de cabeças, o Pará possui hoje a arroba de menor valor no país.

Conforme explica o presidente da Faepa (Federação Agricultura do Pará), Carlos Fernandes Xavier, desse total 2/3 precisam ser exportados, já que a demanda interna é inferior à capacidade produtiva.

Devido ao desajuste entre oferta e demanda atualmente a arroba do boi gordo é negociada a R$ 124,00, "cerca de 20% abaixo do valor praticado em São Paulo", diz Xavier.

Como alternativa de escoamento, o estado aposta na exportação de gado em pé. Anualmente são embarcadas 600 mil cabeças, correspondendo a 95% do total dessas operações realizadas no Brasil.

Em 2016, porém, "tivemos um acidente em nosso porto e ainda convivemos com a pressão ambiental. Reduzimos os embarques, mas continuamos a exportar", diz Xavier ao afirmar que no ano passado foram exportadas 300 mil cabeças.

O presidente conta que grande parte das 36 plantas frigoríficas do estado abate no Pará e trazem a carne para região centro-sul, onde a demanda é maior.

"Temos a arroba mais barata com a carne mais cara em Belém (PA). Ao passo que São Paulo possui o boi gordo mais caro, e a uma das carnes mais baratas do Brasil", acrescenta Xavier.

Segundo ele, os preços praticados - especialmente pelo diferencial com outras praças - oneram os pecuaristas, que ainda conta com um alto custos de produção em função das dificuldades logística.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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