Pressão sobre arroba continua com baixa demanda por carnes; frigoríficos em SP já cogitam férias coletivas para fevereiro

Publicado em 27/01/2017 13:23
Pressão sobre arroba continua com baixa demanda por carnes; frigoríficos em SP já cogitam férias coletivas para fevereiro
Confira a entrevista de Rogério Coan - Coan Consultoria

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As cotações do boi gordo seguem pressionadas na maioria das praças de comercialização do país. Além da fraca demanda que se estende desde o ano passado, neste início de 2017, a entrada dos animais de safra colaboram para a intensificação do movimento baixista.

Conforme explica o diretor técnico da Coan, Rogério Marchiori Coan há bastante oferta de animais terminados, "tanto de bovinos machos, quanto de descarte", explica.

Somado a isso, há uma dificuldade das indústrias frigoríficas em escoar a produção devido à crise econômica brasileira que perdura desde 2015. Reflexo disso, em 2016, o consumo per capita atingiu 30,7 quilos de carne bovina per capita, menos nível dos últimos 15 anos.

No cenário de baixa demanda, as indústrias estão preocupadas com a ampliação dos estoques de carnes. Em São Paulo há relatos de frigoríficos dando férias coletivas em fevereiro.

"Fomos informados por um cliente que tinha programações de abate para fevereiro, sobre a tentativa de antecipação para janeiro alegando a possibilidade de paralisação no próximo mês. Mas, ainda não sabemos até que ponto isso pode ser uma estratégia", acrescenta Coan.

No mercado paulista os negócios ocorrem na média de R$ 148/@ a vista e R$ 151/@ a prazo. O diretor técnico lembra que as indústrias tendem manter as margens de comercialização mais elevadas, principalmente no primeiro semestre, não repassando correções ao varejo que também precisam de preços competitivos nas gôndolas.

"Podemos ter agora um cabo de guerra entre varejo, indústrias e pecuaristas, no sentido de recuperar margens e, o elo mais fraco sempre é o produtor", alerta.

Por outro lado, a tendência para o primeiro semestre é bastante favorável, principalmente aos pecuaristas que necessitam fazer reposição. Há também uma expectativa de safra cheia de grãos e, preços competitivos dos fertilizantes.

"Analisando os custos de produção vemos fatores que indicam queda nos custos. Por outro lado, diante da dificuldade de escoamento da carne e a possibilidade de cotações pressionadas, acreditamos que a margem em 2017 tenderá aos níveis de 2016", conclui Coan.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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