Mercado do boi em São Paulo segue sustentado pela falta de oferta e necessidade imediata dos frigoríficos de recomporem estoques
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Mercado em São Paulo segue sustentado pela falta de oferta e necessidade imediata dos frigoríficos de recomporem estoques
A semana começa com preços sustentados para a arroba do boi em São Paulo. Com a indústria frigorífica iniciando a segunda-feira com margens mais apertadas do que na semana anterior, a necessidade maior por produtos gera a oferta de preços mais firmes, que chegam até a R$152/@ à vista na praça.
De acordo com Douglas Coelho, analista da Radar Investimentos, esse pode ser um movimento pontual ligado à oferta. Do lado da demanda, houve uma demanda relacionada às festas do final de ano que puxaram os preços da carne em dezembro, mas agora o preço da carcaça já recua para R$9,75/kg e deve haver espaço para mais recuo nos próximos dias.
As proteínas alternativas, como carne suína e carne de frango, também mostram tendência de queda. Gradativamente, segundo o analista, a arroba tende a perder força.
Exportações
Uma estimativa ainda prematura das exportações de janeiro apontam que deverão ser exportadas 86.4 mil toneladas de carne bovina, um recuo de 1% em relação a dezembro de 2016, mas 10% acima do mesmo período do ano passado.
Coelho lembra que o mês de dezembro "surpreendeu nas expectativas", com ritmo acelerado de exportações, que se mantém até então. Alguns fatores macroeconômicos, como o câmbio, podem afetar essa dinâmica - especialmente porque boa parte dos olhos do mercado financeiro estão voltados para o discurso de posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, em 20 de janeiro.
As mudanças no câmbio, no entanto, não são relevantes a ponto de mexer com as exportações a curto prazo - apenas no longo, pois os contratos de janeiro e fevereiro já se encontram bem estabelecidos. Durante 2016, porém, as exportações se confirmaram como uma via importante para a produção brasileira, enquanto o consumo de carne bovina no mercado interno enfrentou um recuo devido à crise.
Para 2017, esse cenário também pode ser vigente, principalmente porque as boas safras de soja e milho favorecem as proteínas alternativas. As exportações podem se manter como uma via importante para a produção brasileira, mas não a ponto de mudar as cotações no mercado.