Exportações de carne bovina despencam em novembro e vendas no ano podem encerrar em queda, comparado a 2015
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Exportação em novembro é de 76 mil toneladas, volume 9% abaixo do total exportado no mês anterior
As exportações bovinas de carne bovina 'in natura' em novembro vieram abaixo do esperado, frustrando a expectativa de escoamento da produção via mercado externo.
Neste mês o país exportou 75,8 mil toneladas, sendo o menor volume registrado desde janeiro. Assim, os embarques foram 9,1% inferiores ao mês passado e, 24,1% abaixo na comparação anual, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviço Exterior, divulgado na quinta (1).
Para o analista da MB Agro, César de Castro Alves, os dados sinaliza redução nas compras de países importantes como Egito e China, além do real valorizado nos últimos meses, desfavorecendo os contratos no mercado externo.
Neste ritmo, o Brasil "deve fechar o ano com queda 0,5% em relação ao volume embarcado em 2015", diz Alves.
Mercado
Com mercado interno fraco e exportações patinando no segundo semestre de 2016, os preços da arroba tem dificuldade para evoluir. Em São Paulo as referências operam sem grandes variações, na média de R$ 150/@.
"Estamos vendo todas as carnes fracas, então naturalmente o boi também fica sem força", lembra o analista. Abatendo de 10% a 15% abaixo da capacidade e com efetivação de contratos a termos neste período, as indústrias frigorificas evitam a formação de estoques e seguem pressionando as cotações.
De acordo com Alves as escalas de abate, na média do país, atendem 10 dias. Além disso, embora pequeno, volumes de boi de pasto já começam aparecer em algumas regiões, facilitando a compra das indústrias.
2017
As condições de mercado em 2017 devem continuar pressionando a arroba. Alves espera um aumento na oferta de animais "que será favorável às indústrias".
"Por outro lado, vê cenário mais preocupante para a cria, com os recuos de preço no bezerro e boi magro", acrescenta o analista.
Na recria/engorda, especialmente em atividades de confinamento, os produtores poderão ter condições mais competitivas, mesmo com a possibilidade de desvalorização da arroba. "Custos de reposição e grãos serão menores", afirma Alves.