Mercado pecuário sem perspectivas de mudanças para o resto de 2016 e com previsão de aumento na oferta de animais para 2017
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Mercado sem perspectivas de mudanças para o resto de 2016 e com previsão de aumento de oferta de animais para 2017
Contrariando as expectativas para o final do ano, o mercado do boi gordo opera com viés de baixa na última semana de novembro.
Em São Paulo, embora a média permaneça em R$ 150/@ a vista e R$ 152/@ a prazo, intensificou-se nos últimos dias tentativas de ofertas abaixo da referência. Cenário esse que, do mesmo modo, se estende a outras praças de comercialização no país.
De acordo com o analista da Scot Consultoria, Alex Santos Lopes, indústrias que possuem maior volume de animais a termo chegam a ofertar até R$ 3 reais abaixo do patamar médio. Já frigoríficos que operam no mercado spot ainda tem a necessidade de negociar dentro da referência para efetivar a compra dos animais.
Para Lopes, a "demanda está muito abaixo do esperado para o período do ano, e as quedas nos preços da carne, no atacado, indicam isso". No mercado atacadista de São Paulo o boi casado de animais castrados tem sido negociado a R$ 9,63/kg, queda de 0,7% frente ao início do mês.
Diante da dificuldade na evolução da demanda, o analista afirma que o "o cenário para o final do ano está praticamente traçado". Não são descartadas, porém, altas pontuais a depender de movimentos específicos da demanda, daqui até o final de dezembro.
2017
Em 2017 a tendência é de continuidade no cenário econômico do país, refletindo na dificuldade de escoamento na produção de carne bovina.
Os indicadores econômicos indicam que a recuperação mais efetiva do país só deve ocorrer no segundo semestre do ano que vem. Assim, a carne bovina - que tem uma elasticidade de renda significativa -, ainda deve sentir efeitos da recessão na demanda interna.
Do mesmo modo, Lopes, ressalta o ciclo pecuário como potencializador da oferta de animais em 2017. "No entanto, tudo vai depender de como reagirá à demanda", diz Lopes.
"Considerando que são dois fatores ainda muito incertos, a orientação é para que os pecuaristas entrem em 2017 com muita cautela", acrescenta. A expectativa é de que a arroba varie próximo à inflação, especialmente no primeiro trimestre do ano.