Frigoríficos testam patamares abaixo dos R$150,00/@ em São Paulo mas não conseguem efetivar compras

Publicado em 01/11/2016 10:49
Demanda segue fraca e alta nos preços da carne no atacado não dão garantias de que o consumidor final vai aceitar novos patamares
Confira a entrevista de Alex Santos Lopes - Analista da Scot Consultoria

A pressão baixista ganhou força nesta semana em São Paulo. Apesar de indicativos positivos para a demanda [como o início de mês e a proximidade com o final do ano] a dificuldade em escoar produção persiste e, os frigoríficos voltaram a testar patamares abaixo dos R$150,00/@.

Conforme explica o analista da Scot Consultoria, Alex Santos Lopes, mesmo sem a efetivação de negócios abaixo da referência, esse movimento indica um "cenário complicado para possibilidade de altas neste final de ano".

Apesar da valorização pontual no preço da carne dos últimos dias, a ausência de estimo para vendas impede que os frigoríficos banquem matéria prima mais cara. "Considerando a dificuldade de repasse de preço no varejo, não é possível afirmar que esse fator será uma mola propulsora para a arroba", acrescenta o consultor.

Graças aos reajustes pontuais das carnes, e a queda nos preços da arroba, as margens das indústrias se mantém positivas. Os frigoríficos que trabalham com a carcaça estão com resultados 18,8% superior ao valor pago pela matéria prima e 4 pontos percentuais acima média dos últimos anos. Já no caso dos que fazem desossa a margem está em 25%, também acima da média histórica.

Vale ressaltar, ainda, que no acumulado de outubro os cortes sem osso apresentaram desvalorização de 3,6%. Dessa forma, Lopes ressalta que "para as indústrias repassarem seus resultados é preciso que haja, realmente, esta necessidade que neste caso seria motivada por uma melhora de demanda", explica.

Contudo, as projeções para este mês ainda são positivas considerando a possibilidade de maior movimentação econômica no período, com o pagamento da primeira parcela dos décimos terceiros salários, contratações temporárias e férias.

2017

Segundo Lopes o ano de 2017 ainda "será muito brigado".

Ao mesmo tempo em que temos uma perspectiva de aumento da oferta no próximo ciclo, já que o mercado de reposição está enfraquecido e poderemos ver um aumento na participação de fêmeas nas escalas de abate.

Por outro lado, na demanda "já se fala na recuperação da economia", diz Lopes. Dessa forma, "como não sabemos qual desses fatores terá mais peso, projetar a arroba variando próxima a inflação é o mais prudente", conclui o consultor.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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