Semana começa com maior pressão sobre os preços da arroba do boi e frigoríficos tentando impor viés de baixa às cotações

Publicado em 24/10/2016 11:17
Com perdas de margens para a carne nos frigoríficos, fica mais difícil esperar por alta na arroba no curto prazo

A semana começa com tentativa de baixa no mercado do boi gordo. O lento escoamento da carne no atacado e varejo devido à última semana de mês e uma melhora pontual da oferta colaboram para esse cenário.

No mercado paulista as tentativas de negócios ocorrem entre R$ 149,00 a R$ 151,00/@ a vista. Conforme explica o consultor da Scot Consultoria, Alex Santos Lopes, além da demanda fraca "existe outro fator de pressão que é o aumento na saída de animais confinados em outubro, como é tradicional para o período."

"Pensando em um ano sem ajuda da demanda, qualquer elevação na oferta, mesmo que pequena, tem impacto negativo sobre os preços", acrescenta Lopes.

Com isso, as programações de abate em São Paulo atendem, em média, de cinco e seis dias e têm contribuído para diminuição no ritmo de compra das indústrias, visto que no atacado os preços também evoluem com dificuldade. Assim, a alta ociosidade das indústrias mantêm os estoques enxutos e colabora com um mercado andando de lado nesta semana.

Somente em outubro as margens de comercialização dos frigoríficos voltaram a recuar com força. No período, a margem das indústrias que trabalham com carcaça saiu de 22% para 13,8% nesta semana, enquanto que as de desossa estão com 20% de margem, contra 23% de média histórica.

No mercado externo os indicativos também são menos positivos neste mês. Na parcial de outubro as exportações de carne bovina 'in natura' indicam uma possível queda de 20% em relação ao volume embarcado no período anterior.

Nos próximos meses, Lopes destaca "espaços cada vez menores para altas expressivas da arroba até o final do ano na maioria dos estados. Isso serve de alerta para os pecuaristas que estão se programando para alongar as diárias para entregar em preços superiores, é preciso fazer conta para saber se o custo operacional compensa", diz.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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