Alta nos preços da arroba do boi é questão de tempo, apesar da resistência de frigoríficos. Oferta de animais segue restrita
Apesar da resistência dos frigoríficos em alterar o preço de balcão, o cenário de oferta tornam as altas para arroba apenas uma questão de tempo, avalia o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias.
No decorrer do mês de setembro houve uma recuperação dos preços da carne no atacado que permitiram a elevação das margens de comercialização das indústrias, "o problema é que esse processo é bastante lento, considerando que já temos dois anos de alta no boi gordo", ressalta Iglesias.
Por isso, os frigoríficos ainda tentam manter os preços da arroba estáveis, realizando compras compassadas de acordo com o movimento da demanda.
No entanto "o que deve acabar prevalecendo é a escassez de oferta, já que o frigoríficos vão se ver obrigado a pagar mais pelo boi gordo", afirma o analista.
Um volume expressivo de animais disponíveis deve aparecer somente a partir do primeiro trimestre de 2017. E a seca, que acomete grande parte das regiões do país, e o menor número de animais advindos de confinamento contribuem para este cenário.
Porém, se o valor da arroba realmente se valorizar [como é esperado] no último trimestre do ano, o analista alerta que poderemos voltar a ver consequências negativas ao setor no médio e longo prazo.
Os negócios futuros na BM&F indicam um boi gordo para outubro em R$ 153,00/@, novembro a R$ 156,49/@ e R$ 156,25/@ em dezembro/16.
O analista destaca ainda que "qualquer mudança brusca na cotação pode fazer o consumidor final procurar proteínas alternativas, afetando ainda mais a receita dos frigoríficos."