Demanda por carnes dará o tom para os negócios com o boi gordo no segundo semestre
A semana no mercado do boi gordo começa com pressão por parte dos frigoríficos, que têm garentido as escala com bois de contrato. Segundo Mariane Crespolini, pesquisadora do Cepea, observa-se uma grande pressão sobre os valores praticados nos negócios diários, mas as ofertas acima das médias tem acontecido para animais padrão exportação.
De acordo com a pesquisadora, o cenário econômico, no entanto, indica tendências positivas. Com a restauração da confiança política e econômica e com o retorno dos investimentos internacionais para o país, é esperada uma melhora no consumo de carne bovina.
O preço nas gôndolas frente ao preço das outras proteínas já é mais competitivo. “Está mais vantajoso comer carne bovina nos últimos meses”, aponta Mariane, que lembra que nos últimos 10 anos, a carne sempre esteve mais cara em relação às substitutas.
Ainda é cedo, portanto, para prever uma melhora na margem dos frigoríficos, que se encontra apertada. A pesquisadora destaca que os frigoríficos buscam estabilidade, logo, a melhora não deve ser imediata.
A tendência mundial também é de que o mundo demande mais carne. A abertura do mercado dos Estados Unidos, país que possui diversas exigências sanitárias, para o Brasil, abre também margem para que outros países também demandem.
A pesquisadora recomenda aos pecuaristas para que tenham visão a longo prazo e para que não fiquem de olho apenas na arroba. “Faça as contas. Aí você não olha mais para a arroba, olha para a margem. A arroba pode cair, mas se seus custos diminuirem, você pode ganhar mais dinheiro”, aconselha.