Frigoríficos voltam a pressionar cotações da arroba numa tentativa de recuperar parte perdida das margens
Com o preço mais alto da arroba do boi gordo no mercado, os frigoríficos se encontram em uma situação complicada. De acordo com Fernando Henrique Iglesias, analista da Safras & Mercado, a redução da capacidade de abate, a recuperação judicial e até mesmo férias coletivas vêm sendo decisões tomadas para estabelecer os números.
A maior oferta, neste segundo semestre, é de animais confinados. No primeiro semestre, o custo para confinar foi elevado, devido aos altos preços do milho e do bezerro. Agora, o confinador deseja repassar esses custos, mas os frigoríficos não conseguem o mesmo lucro no preço da carne.
O analista aponta que, com a recessão econômica, os frigoríficos encontram dificuldade para lucrar nas gôndolas, pois qualquer aumento expressivo pode levar o consumidor a optar por proteínas mais baratas, como a carne de frango.
As exportações, que se encontram positivas, podem ser uma alternativa para aqueles frigoríficos que estão autorizados a exportar. Para aqueles que não estão, a situação também pode ser boa, uma vez que, assim, o mercado interno encontra equilíbrio.
Em São Paulo e outros estados, frigoríficos diminuíram o preço da arroba. “Alguns frigorificos falam que só vão comprar a 150/@, mas confinador aguarda preços mais atraentes”, lembra o analista. A capacidade de abate se encontra reduzida, mas os frigoríficos encontram também dificuldade para alongar as escalas..
Para o último trimestre, a briga “será intensificada”, como prevê Iglesias, uma vez que a oferta de animais terminados será mais restrita. “Frigoríficos vão tentar recuperar essa margem operacional. A disputa será bastante intensa”, diz Iglesias.