Ritmo das exportações de carne recua em julho e pode ficar abaixo inclusive do volume negociado no mesmo período do ano passado

Publicado em 21/07/2016 12:20
Margem de frigoríficos que não fazem desossa piora e falta pouco para ficar negativa, segundo apurou a Scot Consultoria

O ritmo de escoamento da carne tanto no mercado interno quando das exportações vem preocupando o mercado do boi gordo. Mesmo a baixa oferta tem se ajustado ao consumo fraco, mantendo o mercado travado nos últimos dias.

Refletindo a demanda no mercado interno, o boi casado de animais castrados caiu, nesta semana, de R$ 8,56/kg para R$ 8,31/kg, prejudicando ainda mais o resultado das indústrias.

Segundo a zootecnista da Scot Consultoria, Isabella Camargo, a margem de comercialização dos frigoríficos que negociam a carcaça está em 0,3%, ao passo que a média histórica é de 13%. Já no caso das indústrias fazem a desossa o resultado é de 11,8% contra 16% em anos anteriores.

"Observamos que desde abril os frigoríficos vêm trabalhando com margens abaixo da média histórica", diz Camargo.

Outro fator que no primeiro semestre amenizou a queda no consumo interno, mas que já começa a mostrar sinais de enfraquecimento são as exportações. Dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, apontam que os embarques de carne bovina 'in natura' até a terceira semana de julho somaram 45,2 mil toneladas, o que corresponde a uma média diária de 4,1 mil toneladas.

Conforme ressalta a analista se o ritmo de embarque se mantiver, até o final do mês o país exportará 82,1 mil toneladas. Queda de 15% em relação a junho e 9,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

"Outro dado que consideramos é o preço da tonelada. No mesmo período do ano passado o valor girava em torno de 15 mil reais/t e hoje está por volta de 12 mil/t", destaca Camargo.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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