As margens do 'Equivalente Carcaça', medidas em indústrias que não fazem desossa da carne, são as menores desde 2007

Publicado em 10/06/2016 12:35
Segundo apurou a Scot Consultoria, a margem "equivalente carcaça " no estado de SP atingiu 0.6% nesta sexta-feira, menor nível da série histórica

A margem de comercialização das indústrias que negociam a carcaça atingiu o menor patamar desde 2007 quando inicio-se o indicador realizado pela Scot Consultoria.

De acordo com levantamento a margem do equivalente carcaça (diferença entre a receita total e o preço da matéria-prima) está em 0,6%, enquanto que a média do indicador ao longo dos últimos anos é de 15,5%.

No caso das indústrias de desossam - que tem maior participação nas vendas externas - a margem de comercialização sofreu mais uma retração, mas ainda está em 11,5%.

"É importante lembrarmos que quem vende carne com osso são os frigoríficos pequenos e para pior eles não tem acesso ao mercado externo", alerta o consultor da Scot, Alex Santos Lopes.

Especialmente neste ano, as exportações tem desempenhado um papel importante no escoamento da produção, visto que o mercado interno sofre as consequências da crise econômica.

Aos pecuaristas a recomendação é cautela e acompanhar o andamento das margens ao longo do ano. Para Lopes, não estão descartados ajustes na produção como ocorreu em 2015, pressionando o mercado do boi gordo. "Haverá dificuldades em pagar mais pela matéria prima e, no mínimo reduziram drasticamente o volume de compra e o valor das ofertas", acrescenta.

Pressionando a receita das indústrias estão os preços da arroba que seguem em alta. Em São Paulo os valores variam entre R$ 155,00 a R$ 157,00/@  a vista, devido ao enxugamento na oferta de animais.

Com a perspectiva de redução no confinamento no primeiro giro - consequência principalmente dos altos preços do milho - Lopes diz acreditar que o cenário de oferta deve continuar ajustado até julho.

"Nos meses seguintes poderemos ter mais boiada de confinamento em função da melhora no resultado dessa operação, mas nada muito significativo. Em linhas gerais deveremos terminar o ano com oferta curta", afirma o consultor.

Dessa forma, uma reversão significativa nos preços no curto e médio prazo terá dificuldade de ocorrer. No entanto, Lopes lembra que a situação de margem das indústrias é um fator preocupante que pode pressionar o mercado em momentos pontuais.

Por: Aleksander Horta e Larissa Albuquerque
Fonte: Notícias Agrícolas

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